Desde que Daniel Craig assumiu a identidade do espião o personagem Bond se trans­­forma a cada episó­­dio| Foto: Divulgação

007 – Operação Skyfall

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James Bond mudou. E Operação Skyfall, que estreia neste fim de semana nos cinemas brasileiros, atesta essa transformação. O espião britânico, que em outros tempos parecia invencível, e de certa forma intocável em sua eterna elegância e charme, ganhou tridimensionalidade e até mesmo um passado trágico.

Desde que Daniel Craig assumiu o papel do agente 007, em Cassino Royale, e depois em Quantum of Solace, o personagem vem se transformando: agora ele leva grandes surras, é ferido de morte, se suja, vivencia perdas afetivas e por elas sofre de verdade. É, enfim, falível, embora continue cercado de tecnologia de ponta e consiga escapar das situações mais estapafúrdias.

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Mas, nesse terceiro episódio, dirigido por Sam Mendes (de Beleza Americana), desfaz-se o enigma em torno de suas origens e ele se aproxima do personagem mais humano criado por Ian Fleming. Essas revelações, contudo, não estão exatamente no centro da trama. Quem divide o protagonismo na história é M. (Judi Dench), superiora de Bond na divisão do serviço secreto à qual ele serve, o MI9.

No prólogo da trama, Bond está em Istambul, à caça de um vilão terrorista, que mais tarde será revelado, tem muito mais em comum com ele e M. do que ambos podem imaginar. Trata-se de um ex-agente um tanto ambíguo (Javier Bardem, de Onde os Fracos Não Têm Vez), que, anos antes, caiu em desgraça. Muito por conta de decisões tomadas pela chefona do serviço de espiões.

Ritmo

Ótimas sequências de ação, um diálogo hilariante entre Daniel Craig e Javier Bardem e o destaque dado a M. fazem de Operação Skyfall um filme atípico dentro da franquia, embora não chegue a destoar dos seus dois antecessores. E o trecho final, que mergulha nas profundezas do inconsciente de Bond, o aproximando de personagens tão díspares quanto Batman e Harry Potter, lança Bond em uma direção inesperada. Que venham outros capítulos. GGG1/2