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De volta à formação original e a polêmica capa do novo disco | Reprodução
De volta à formação original e a polêmica capa do novo disco| Foto: Reprodução

Em dezembro de 2001, Tim Booth, vocalista da banda britânica James, vestia uma camisa azul em que se lia James lasts, algo como "James permanece". Aquele show, em Manchester – berço da banda – era o último do grupo. Tim decidiu retirar-se, deixando os seus fiéis fãs à deriva. Sete anos depois, um novo disco reúne o septeto original, responsável por verdadeiros hinos do brit-pop alternativo, como "Sit Down" e "Laid".

Hey, Ma (Mercury Records), 10º trabalho de estúdio, foi lançado em abril nos Estados Unidos e Europa e deve chegar este mês no Brasil. James permanece, mas está diferente. Cultuada por ser uma banda que soube como poucas compor músicas sobre insegurança, desalento e expectativas – foram considerados os novos Smiths logo após o lançamento de seu primeiro CD, Stutter (1986), – os temas agora são guerra, filhos e tecnologia, mas sem ignorar a essência que marcou o trabalho de quase 20 anos.

Já na capa do novo álbum, a polêmica: um bebê de fraldas hesita entre uma pistola e quadradinhos lúdicos que, organizados, escrevem, "Hey, Ma".

Com "Bubbles", primeira faixa, ouve-se "Agora as torres estão caindo/há muita poeira no ar", em clara referência ao 11 de Setembro, por coincidência, ano inicial do hiato do grupo. "Os rapazes voltam para casa em sacos e aos pedaços", refrão da música, reforça o engajamento dos britânicos.

Mas não é porque mudaram em parte sua temática que James deixou de ser o que sempre foi. "Waterfall", recheada de metais, traz um refrão grandiloqüente e convidativo. A música foi composta em companhia de seu velho amigo, o produtor Angelo Badalamenti – reconhecido por musicar a série Twin Peaks e outros filmes de David Lynch – e "pensada" depois que Tim banhou-se, nu, em cachoeiras de Seattle.

"Semaphore" retoma a intimidade angustiante presente em "Out to Get You", primeira faixa do disco Laid (1993), produzido por Badalamenti. Em "Upside", canção ascendente, embalada por violões e trompetes, Tim mostra-se em plena forma. Sua voz ainda impressiona, como no suposto último show, em 2001. James – que já flertou com o eletrônico em músicas mal-sucedidas – experimenta novamente nas últimas três faixas, deixando à mostra mais fôlego para suas futuras composições.

A minimalista "In this Bar" fecha um álbum de retorno que surpreende, apesar de ser familiar para os que ouviram James em vez dos contemporâneos Happy Mondays e The Stone Roses. Hey, Ma surge quase como um segredo, guardado por sete anos e que só agora poderia vir à tona. GGGG

Serviço

James - Hey, Ma. R$ 54,90 (Importado).

No Brasil, deverá chegar às lojas este mês.

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