A veterana Jane Fonda ("A Sogra") é a personagem a quem se refere o título da comédia dramática "Ela é a Poderosa", que estréia nesta sexta-feira (20). Ela é uma matriarca controladora, o que acabou por separá-la de sua filha Lilly (Felicity Huffman, de "Transamérica") e tem pouco contato com a neta Rachel (Lindsay Lohan, de "Meninas Malvadas").
Dirigido por Gary Marshall ("Uma Linda Mulher") a partir de um roteiro de Mark Andrus ("Melhor é Impossível"), o longa combina drama familiar e comédia de costumes. Por ironia, o filme ganhou mais espaço na mídia por causa dos problemas causados pela atriz Lindsay Lohan durante as filmagens do que pelo resultado final. O estúdio que o produziu chegou a ameaçar a atriz com um processo caso ela não se comportasse melhor.
A falta de bons modos vem a calhar à personagem de Lindsay, que é destrutiva e agressiva. Lilly só encontra uma saída para colocar a filha nos eixos: enviá-la para a casa de sua mãe, Georgia. A garota, porém, continua se mostrando rebelde, falando o que lhe vem à cabeça, levando uma vida promíscua e odiando a todos que cruzam seu caminho.
Para explicar esse comportamento, ela diz que foi sexualmente molestada por seu padrasto (Cary Elwes, de "Jogos Mortais"), um rico advogado, que pensa na força do dinheiro para consertar todos os erros. Esse trauma consume a vida da garota.
Em "Ela é Poderosa", Lindsay interpreta uma versão um pouco caricata de sua imagem na vida real. Fosse outra atriz, talvez uma mais comportada, o papel não teria tanta credibilidade. Mas, como todos conhecem as últimas que a moça apronta fora das telas, não é difícil acreditar que exista alguém como Rachel.
Na pequena cidade onde Georgia mora também há tipos interessantes, como o veterinário Dermot Mulroney ("Zodíaco") que, na ausência de um clínico geral, atende tanto animais como pessoas. Ele acaba dando um emprego a Rachel como sua recepcionista. Já o ator Hector Elizondo, uma presença constante nos filmes do diretor, faz o papel de um imigrante.
Com esse drama, Marshall coloca em foco a vida em pequenas cidades, onde os valores familiares supostamente ainda fazem a diferença, e a vida nas grandes metrópoles, onde todos parecem ter sido corrompidos. Essa é, pelo menos, a visão de mundo em que Hollywood continua a acreditar.
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