A cidade de Brasília, em grande parte projetada por Oscar Niemeyer, protagoniza a primeira grande retrospectiva do arquiteto brasileiro no Japão, evento que faz parte das comemorações dos 120 anos de relações bilaterais do Brasil com o país.
A mostra “Oscar Niemeyer – O homem que construiu Brasília” será aberta ao público a partir neste sábado no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio (MOT), e permanecerá na capital japonesa até 12 de outubro.
Composta por planos, maquetes, fotografias e vídeos de alguns dos edifícios mais famosos do arquiteto, a exposição enfoca as sinuosas construções de Brasília, que começou a ser construída em 1956.
A primeira das sete partes da mostra, intitulada “Prólogo”, reúne várias fotos de Niemeyer (1907-2012), assim como um vídeo em que o brasileiro explica suas criações sempre curvilíneas.
“Não me sinto atraído por um ângulo reto ou uma linha reta, dura e inflexível, inventada pelo homem. Me sinto atraído por uma curva sensual, as curvas que vejo nas montanhas do meu país, os rios serpenteantes, as ondas do mar, as do corpo da mulher que amo”, explica o arquiteto na gravação.
Pequenos modelos do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, da Casa das Canoas (antiga residência de Niemeyer, atualmente em exposição permanente), do Museu de Arte Contemporânea de Niterói e da sede das Nações Unidas, em Nova York, acompanham outros como a Catedral de Brasília e as colunas do Palácio da Alvorada.
Uma imponente reprodução em miniatura do Parque Ibirapuera pela qual os visitantes podem caminhar e várias cadeiras e desenhos feitos por Niemeyer são os pontos finais da mostra do incansável arquiteto, que continuou a trabalhar até a morte, aos 104 anos.
A exposição faz parte do programa de atividades culturais que se prolongará até o fim do ano, com o qual Brasil quer “mostrar uma imagem mais contemporânea do país e da qualidade de sua arte e de seu estilo de vida”, segundo explicou o embaixador brasileiro no Japão, André Corrêa do Lago.
Além da exposição de Niemeyer, entre os eventos há outra mostra sobre a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi e a exibição de um mural do pintor japonês Tsuguharu Fujita inspirado no Brasil, além de outras apresentações de música, artes visuais, arquitetura, gastronomia e teatro.