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"Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra" foi lançado há três anos e virou um sucesso retumbante, arrecadando US$ 654 milhões nas bilheterias. O filme criou um dilema difícil para Hollywood: como superá-lo com uma seqüência?

Para encarar esse desafio, o diretor Gore Verbinski e os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio optaram por combater o fogo com o fogo. Na seqüência, "Piratas do Caribe - O Baú da Morte" (veja trailer), eles trouxeram um demônio do mar, Davy Jones, para fazer frente a esse demônio de dilema.

A aventura de ação "O Baú da Morte", estrelada por Johnny Depp no papel do excêntrico Capitão Jack Sparrow, chega aos cinemas americanos esta sexta-feira e no Brasil dia 21 de julho na condição de o mais ansiosamente aguardado filme da lucrativa temporada do verão de Hollywood.

À primeira vista, isso deve ser uma boa notícia para o filme da Walt Disney Company, mas qualquer executivo de Hollywood digno do nome sabe que grandes expectativas podem provocar decepções enormes se os filmes não estiverem à altura do esperado.

O roteirista Ted Elliott disse a jornalistas:

- Sempre dissemos que, no primeiro filme, nossas armas principais eram as expectativas baixas e o fator surpresa. Desta vez, não contamos com as expectativas baixas.

Na realidade, o público espera muito de "O Baú da Morte". As vendas antecipadas de ingressos para o filme na Movietickets.com, por exemplo, foram quase 20 vezes maiores do que as do primeiro "Piratas do Caribe".Quando "A Maldição do Pérola Negra" chegou aos cinemas, no verão de 2003, ninguém sabia o que esperar. O público imaginou que o filme pudesse ser uma aventura marítima, e os céticos previam um filme voltado às crianças e inspirado numa atração da DisneyWorld.

Em lugar disso, o que se viu foi um capitão pirata cômico que, segundo Johnny Depp, era um cruzamento entre o guitarrista Keith Richards, dos Rolling Stones, e o apaixonado gambá de quadrinhos Pepe LePew.

O mundo se rendeu incondicionalmente ao Capitão Jack. Johnny Depp foi indicado ao Oscar e deu origem a uma franquia cinematográfica. Ainda haverá um outro filme "Piratas do Caribe" após "O Baú da Morte". Consta que a Disney teria gasto US$ 450 milhões para fazer os filmes 2 e 3 ao mesmo tempo.

- Por um lado, existe esta expectativa tremenda. Por outro, você tem que abordar cada filme como se fosse seu último - disse o diretor Verbinski, dizendo que isso significa assumir riscos.

Todos os personagens principais estão de volta em "O Baú da Morte", incluindo o bom Will Turner (Orlando Bloom) e sua amada Elizabeth Swann (Keira Knightley). Mas a história é um conto de fantasmas que se desenrola tanto no fundo do mar quanto na superfície, e os efeitos especiais são sobrecarregados.

Os marinheiros costumam dizer que, quando um pirata se afoga no oceano, ele é enviado para o "baú de Davy Jones". Davy Jones é um demônio das profundezas do mar.

No início de "O Baú da Morte", o espectador fica sabendo que, 13 anos antes, o Capitão Jack vendeu sua alma para poder ser capitão pirata. Agora seu tempo acabou, e Davy Jones quer que ele se afogue.

Mas Jack tem um plano para continuar vivendo. Ele tem uma bússola que mostra o caminho para o baú onde está guardado o coração palpitante de Davy Jones. Se conseguir pôr as mãos no coração, conquistará sua vida de volta.

O problema é que lorde Cutler Beckett, da Companhia das Índias Ocidentais, também quer o coração de Davy. Ele prende Will e Elizabeth na véspera de seu casamento e diz ao rapaz que pode poupar a vida de Elizabeth se Will o levar até o Capitão Jack.

Assim começa uma viagem através de um Caribe habitado por piratas, donzelas, canibais, adoradores de vudu, fantasmas e um monstro marinho digital chamado Kracken.

O pirata encarnado por Johnny Depp roubou a cena em "Pérola Negra", mas os criadores do filme não queriam que ele ocupasse o primeiro plano da história de aventura narrada em "O Baú da Morte".

Apesar disso, o ator conhecido por seus papéis esdrúxulos em filmes como "A Fantástica Fábrica de Chocolate" ainda é o astro de "O Baú da Morte".

Johnny Depp disse que retomar o papel de Capitão Jack foi fácil.

- Foi como se eu tivesse tirado férias de uma semana apenas. Reencontrei o personagem de imediato - comentou.

Os novos elementos em "O Baú da Morte" incluem Davy Jones (Bill Nighy) e seu navio fantasma, O Holandês Voador, que navega não as ondas do mar, mas suas profundezas, como um submarino com velas.

Muitos de seus tripulantes assumem as formas de peixes. O rosto de Davy inclui os tentáculos de um polvo, e seu lugar-tenente é um tubarão martelo.

Mas será que a história e a magia dos efeitos especiais de Hollywood vão satisfazer as expectativas de um público obviamente sedento por mais "Piratas do Caribe?"

Os fãs saberão a resposta na sexta-feira.

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