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O cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, enfileira belas canções sobre a condição humana em seu novo disco, "12 segundos de oscuridad", mas não tem um conceito elevado do homo sapiens. Vencedor do Oscar em 2005 pela canção "Al otro lado del rio", ele acha que somos até piores do que os macacos, que estão há milhões de anos na Terra e nunca ameaçaram a sobrevivência do planeta.

- Não há nada mais baixo do que a auto-eliminação e é isso que estamos fazendo agora. Eu não posso pensar em nada menos elevado do que isso - argumenta e acrescenta que endossa a tese do antropólogo Desmond Morris em seu livro "O macaco nu", uma visão zoológica do homem.

Este papo simiesco surgiu no meio de uma entrevista por telefone sobre o novo disco dele " 12 segundos de oscuridad" (Warner Music), com participação de Paulinho Moska (récita em "Quien quiera que seas"), Maria Rita e Arnaldo Antunes, este dividindo com Drexler " Disneylândia", canção gravada pelos Titãs em 1993 no CD "Titanomaquia", no auge da fase grunge titânica. Drexler e o produtor Juan Campodonico fizeram a adaptação para o espanhol.

- Ela foi feita em 1993 quando ainda não tinha ouvido a palavra globalização. Adorei essa canção visionária, antecipando o que viria a acontecer no mundo - diz ele.

"Música hindú contrabandeada por ciganos poloneses faz sucesso No interior da Bolívia/(...) Lanternas japonesas e chicletes americanos nos bazares coreanos de São Paulo/ Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong/ E produzem com matéria prima brasileira para competir no mercado americano(...) Crianças iraquianas fugidas da guerra/ não obtém visto no consulado americano do Egito para entrarem na Disneylândia", diz trecho da letra (no disco está em espanhol).

Maria Rita é a convidada em "Soledad".

- Gosto enormemente de seu jeito de cantar e queria ouvi-la dentro de um contexto folclórico. Gosto muito da interação, de fazer uma versão de Radiohead como milonga com violão solo ["High and dry"], uma versão tranqüila de canção de Titãs, gritada e distorcida na versão original e uma bagualla do folclore do sul da América cantada por uma cantora de bossa nova e jazz muito sofisticada, bem diferente do original - explica.

O Globo Online

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