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Erico Verissimo dizia resolver problemas dos textos enquanto caminhava. Eduardo Sganzerla, leitor do romancista gaúcho, utiliza o mesmo método. Todo dia, com sol ou chuva, ele caminha. Na esteira ou pelas ruas. Já participou de maratonas. E, durante esses deslocamentos, reflete, pensa e desata eventuais nós que atrapalham os textos que precisa entregar.

Há quase uma década fora das redações, Sganzerla segue na re­­portagem. Culinária Paranaense, livro em que ele divide a autoria com Jan Strasburger, é fruto de uma jornada pelos segredos e sabores da gastronomia local. O recém-lançado Pescadores Artesanais do Espírito Santo também é uma aventura jornalística, na qual o escritor, em parceria com Mariana Branco, faz um raio X do que é a vida dos pescadores capixabas.

A Esplendor, casa editorial por onde ele publica essas e ou­­tras obras, tem como objetivo viabilizar títulos que digam respeito ao passado, ao presente e ao futuro, do Paraná e do Brasil. Mas o selo não é apenas uma plataforma para textos de Sganzerla.

Ano passado, ele publicou Uma Crônica: Curitiba e Sua His­tória, livro inédito de um respeitado autor local, Eddy Fran­­ciosi (já falecido).

"Há demanda por obras que digam respeito ao imaginário paranaense. Procuro, por meio da Esplendor, disponibilizar tí­­tulos para um público que gosta e quer livros sobre o Paraná e a sua gente", diz Sganzerla.

A afirmação é confirmada quando ele cita um dos destaques do catálogo, o livro Pêssanka: a Arte Ucraniana de Decorar Ovos no Brasil, no qual Sganzerla recuperou a tradição trazida ao Brasil pelos imigrantes ucranianos no final do século 19.

Sganzerla, apesar de toda movimentação que a editora exige, separa tempo para a família. Ele conta que, nos momentos de ócio, consegue não falar de trabalho com a esposa, a jornalista Martha Fel­dens.

A filha Lorena, 30 anos, e o filho Carlo, 14, herdaram do pai o hábito da leitura. Apenas Erico, 16, batizado assim em homenagem ao autor de Incidente em Antares, ainda não está "viciado" em ler. "Mas eu também não fui um leitor precoce", diz o sujeito que faz de seu ofício uma espécie de missão civilizatória: difundir livros e autores. (MRS)

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