O escritor José Saramago, Nobel de Literatura, disse que ler livros é uma atividade para poucos, e criticou um plano do governo português para incentivar a leitura entre as crianças, dizendo que era um projeto inútil.
"Ler sempre foi e sempre será algo para uma minoria. Não vamos exigir de todo mundo uma paixão pela leitura", disse a agência de notícias Lusa, citando o escritor de 83 anos.
Saramago fez as declarações durante um encontro em uma biblioteca em Portugal na noite de quarta-feira.
Embora Saramago participe de um comitê honorário que faz parte do programa de incentivo à leitura do governo socialista português, ele disse que tentar estimular um apetite pela leitura "não é válido, é inútil".
Saramago, conhecido por suas opiniões francas, ganhou o Nobel de Literatura em 1998, depois de escrever romances como "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
O programa, aprovado pelo gabinete português na quinta-feira, pede por leituras diárias em turmas da pré-escola.
A ministra da Cultura Isabel Pires de Lima disse que se surpreendeu com as declarações de Saramago.
- Não vejo como ações que tentam promover e democratizar a leitura possam ser vistas como secundárias - disse ela à rádio TSF.
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