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Um júri formado por 12 pessoas foi selecionado nesta terça-feira para o julgamento do ex-médico de Michael Jackson num processo em que um promotor comparou ao dos eventos de "flerte relâmpago".

O painel de sete homens e cinco mulheres inclui um homem que disse ter encontrado Jackson rapidamente quando trabalhava na Walt Disney Co nos anos 1980.

Nenhum afro-americano foi selecionado, embora Jackson fosse negro, assim como o Dr. Conrad Murray.

O juiz Michael Pastor limitou o tempo que os advogados podiam gastar fazendo perguntas aos possíveis jurados, o que levou o promotor David Walgren a criticar a pressa na seleção do júri que irá decidir se o médico Murray cometeu homicídio culposo ao administrar a dose de analgésicos que levou o cantor à morte, em 2009.

O procedimento de sexta-feira encerra semanas de triagem dos jurados. No começo do mês, 370 potenciais participantes responderam a um questionário de 30 páginas. Às 12h (hora de Los Angeles), 60 deles continuavam no tribunal para a etapa final de seleção, até que 12 foram escolhidos.

Os promotores dizem que Murray causou a morte do cantor de "Thriller" por administrar uma forte dose do sonífero propofol na mansão de Jackson, em Los Angeles, e não monitorar o paciente adequadamente.

Os advogados do médico devem alegar que Jackson administrou sozinho a dose letal, quando Murray estava fora do quarto.

Todos os jurados disseram estar familiarizados com o caso, e na sexta-feira alguns deles foram chamados a opinar sobre Jackson diante do plenário.

Uma mulher disse se lembrar dele desde que Michael, ainda menino, participava do conjunto Jackson 5, décadas atrás. Ed Chernoff, advogado de Murray, perguntou à mulher se ela considerava Jackson particularmente infantil quando adulto, e ela disse que não.

Chernoff também perguntou aos potenciais jurados se eles consideram que, por seu caráter infantilizado, Jackson seria menos capaz de tomar decisões razoáveis. Nenhum deles concordou com isso.

Essa pergunta pode ser crucial para a defesa na sua estratégia de alegar que Jackson teve responsabilidade na própria morte.

Já Walgren apresentou aos jurados a analogia com um motorista que, estando bêbado e ouvindo música, atropelasse um pedestre desatento. Aparentemente, a estratégia do promotor é mostrar que a eventual negligência de Jackson não exime Murray de culpa.

As respostas dos jurados a essa analogia variaram. Alguns deles disseram que o motorista era ao menos parcialmente responsável pelo atropelamento.

Murray pode ser condenado a até quatro anos de prisão.

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