Jovens inconseqüentes e perdidos, em busca de afirmação na tumultada fase de transição da adolescência para o mundo adulto. A temática, recorrente nas artes, principalmente na literatura e no cinema, também se faz presente no teatro com a peça Essa Nossa Juventude, que estréia hoje no Festival de Teatro de Curitiba. O espetáculo foi o primeiro do evento a ter ingressos esgotados. Por isso, foi agendada uma sessão extra para amanhã, as 18 horas, mas os ingressos já estavam quase todos vendidos, segundo informou a assessoria de imprensa do FTC à reportagem, ontem à tarde.
A montagem marca a estréia da atriz Maria Luísa Mendonça na direção teatral ela ainda é responsável pela produção, ao lado de Christiane Riera, e também atua na peça. O acúmulo de funções aconteceu na temporada carioca do espetáculo, que inicialmente foi dirigido por Laís Bodanzky (do filme Bicho de Sete Cabeças) nos palcos paulistas ela não pôde continuar por motivos de agenda e Mendonça assumiu o comando.
O elenco também mudou completamente a partir das apresentações no Rio de Janeiro, saindo Paulo Vilhena, Sílvia Lourenço e Gustavo Machado para a entrada de Caio Blat, Cauã Reymond, Simone Spoladore e Frank Borges. Blat e Reymond interpretam o mesmo papel e ambos vêm a Curitiba para se apresentar em sessões diferentes.
Lonergan
O texto original de Essa Nossa Juventude é do americano Kenneth Lonergan, indicado duas vezes ao Oscar, pelos roteiros de Conta Comigo (que ele próprio dirigiu) e Gangues de Nova York (de Martin Scorsese). Eu e a Christiane (Riera), estávamos procurando um texto para estrear na produção de teatro. Ela tinha visto uma montagem em Londres e gostou muito", comenta Maria Luísa sobre a peça, que foi lançada primeiro em pequenos palcos nova-iorquinos, em 1996.
Mendonça e Rieira passaram mais de um ano adaptando a peça que, na montagem em São Paulo, ficou com mais de duas horas de duração. "Para a encenação no Rio de Janeiro, resolvemos mexer mais no texto, cortamos muita coisa e conseguimos uma versão com uns 50 minutos a menos", conta a diretora. Ela diz que o trabalho de Lonergan é singelo, com uma escrita que remete ao que é falado nas ruas. "Trabalhamos muito na tradução para apresentar uma fala com uma embocadura bem solta, de rua. Fizemos pesquisas com muitos jovens. O Bráulio Mantovani (roteirista de Cidade de Deus) fez uma revisão final do texto", lembra.
A montagem aborda 48 horas na vida de três personagens jovens, com idades variando entre os 18 e 20 anos. De classe média alta, eles são distantes dos pais, fazem muitas besteiras, acham que nunca vão morrer. "A peça também fala sobre drogas, mas a questão central é a falta de comunicação entre pais e filhos, o pouco diálogo que existe nas famílias. É importante falar sobre o tema, não fingir que ele não existe. As pessoas têm muitas dificuldades de comunicação com os filhos. A peça é meio que um buraco da fechadura para os adultos verem como os jovens se comportam", revela Maria Luísa.
Serviço: Essa Nossa Juventude. Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299), (41) 3360-5066. Hoje e amanhã, às 20h30, com ingressos esgotados. Sessão extra amanhã, às 18 horas, com ingressos a R$ 26 e R$ 13 (meia-entrada).
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