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Karam: textos que pedem para ser lidos em voz alta | Divulgação
Karam: textos que pedem para ser lidos em voz alta| Foto: Divulgação

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Meia Dúzia de Criaturas Gritando no Palco

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 11, às 19 horas. Ingressos gratuitos podem ser retirados uma hora antes na bilheteria do teatro. Sujeito à lotação. Classificação indicativa não informada.

O resgate da obra do escritor Manoel Carlos Karam, morto em Curitiba em 2007 e pouquíssimo conhecido para além do círculo artístico, continua de vento em popa. O Teatro da Caixa sedia amanhã, às 19 horas, o lançamento de mais um título com seus trabalhos: Meia Dúzia de Criaturas Gritando no Palco, que traz três textos inéditos para teatro, dois resgates de obras encenadas por seu grupo, o Margem, ativo nos anos 1970, e duas adaptações recentes feitas por artistas locais a partir de sua obra, além da reprodução de cartazes dos espetáculos montados por seu grupo a partir de seus textos.

Além da apresentação da obra, de 512 páginas, o evento terá a leitura dramática de uma compilação de trechos de autoria de Karam, com a participação dos atores Nadja Naira, Luiz Felipe Leprevost, Diego Fortes e Michelle Pucci.

"Não vamos ler do livro, e sim fazer uma nova colagem de textos dos livros já publicados", conta Fortes, que conheceu o autor em 2007, pouco antes da morte do escritor, que sofreu de câncer. Na época, o diretor do grupo Armadilha participou da leitura dramática de "Encrenca" e se deleitou com o humor repleto de referências e jogos de palavras. "No final da apresentação, Karam me disse: ‘Vocês conseguem fazer o público rir’. Só mais tarde entendi o que ele quis dizer, que tinha relação com o humor dele, que exigia pensar."

A diferença daquela leitura para a que será feita amanhã será a escolha de trechos mais longos para cada ator, sem muito diálogo entre eles. Para Nadja Naira, o encanto de se ler um texto de Karam está em que "tudo que ele escreveu era para ser falado; sua escrita tem essa necessidade física de ser dita em voz alta". Ela foi uma dos profissionais que leram as últimas crônicas do autor para a Rádio CBN, quando ele já não tinha forças para gravar.

Outra característica que ela aponta em sua obra é o humor inteligente e a proximidade com o leitor/espectador: "Ele dialoga, se coloca no lugar do outro. Ninguém é iludido".

O filho do escritor, Bruno Karam, também apresenta durante o evento de amanhã o espetáculo musical Ócios do Ofício, composto a partir da obra do pai.

Futuro

O editor Paulo Sandrini está na quinta publicação de livro a partir da obra do antigo colega de Kafka Edições. "Ainda queremos trazer o livro de contos Um Milhão de Velas Apagadas e os aforismos reunidos sob o título Godot É uma Árvore", contou à Gazeta do Povo.

Fortes resume seu interesse pelo autor: "O Karam não envelheceu. Ainda estamos curiosos."

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