Exposições
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Como muitos artistas, o goiano Márcio Mendanha Queiroz, o Kboco, começou a desenhar e pintar ainda criança, dando indícios do que provavelmente gostaria de fazer no futuro. A "rebeldia da juventude" fez com que ele migrasse para o grafite, dialogando com a rua. Nunca deixou uma ou outra coisa de lado. A união das duas vertentes é uma das características do seu trabalho, que poderá ser visto a partir de hoje na exposição Sarava Hotel, na SIM Galeria. É a primeira individual do artista em Curitiba (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).
SLIDESHOW: Veja fotos de Kboco e sua exposição
Aos 35 anos, Kboco (nome artístico que faz referência à expressão caboclo, bastante usada em sua terra natal) tem uma galeria que o representa, estúdio próprio em São Paulo, onde vive desde 2005, e uma longa lista de países pelo qual passou, sendo expondo em galerias ou intervindo nas ruas. De todos os lugares, o México é o seu país preferido. "É a minha segunda casa, sinto saudades de lá."
A bagagem cultural que o artista agregou ao longo desses anos está claramente presente no conjunto de obras expostas na SIM. Além da influência da arte urbana, há algumas referências egípcias e árabes nos traços. Integra a mostra, ainda, a instalação F.M.S 17, que foi montada com portas, caixas e outros tesouros de madeira descobertos por Kboco no lixo.
O artista também pintou um grande painel na entrada da galeria, trabalho próximo da intervenção urbana. "Fiz algo para dar impacto, para a pessoa que estiver de passagem ter um elemento surpresa."
Estudo
Kboco não frequentou escola de arte, tampouco terminou o ensino médio. Aprendeu "fazendo e quebrando a cara." "Tem de ter insistência no erro, é assim que você vai construindo", diz acreditar. Para a família, o fato de o adolescente rebelde, que escutava "música estranha" e andava de skate não estudar foi um "desespero." A mãe abria o jornal, via cursos de desenho e pintura e o mandava fazer. Foi assim que ele teve contato com a história da arte e com a pintura tradicional, que até então achava "careta."
As portas para que Kboco começasse a consolidar uma carreira se abriram quando o Museu de Arte Moderna de São Paulo o chamou para uma mostra coletiva. Nunca mais deixou a cidade, pois o restrito espaço cultural de Goiânia, diz, jamais possibilitaria um crescimento. Aos poucos, conquistou o que queria: um trabalho que respeitasse o seu ritmo."Escolhi essa profissão por não precisar estar preso a algo."
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