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Cartas Persas, de Montesquieu (Tradução, apresentação e notas de Renato Janine Ribeiro. Nova Alexandria, 23 págs., R$ 38). Romance.

Escrito em 1727, quase três décadas antes do clássico O Espírito das Leis, o romance epistolar Cartas Persas mostra a correspondência entre Usbek e Rica, persas que conhecem, analisam e se espantam com o mundo ocidental. Com essa premissa, o barão de Montesquieu (1689 – 1755) ironiza e acaba com crenças, formas políticas e a religiosidade da França anterior à Revolução de 1779. Sua intenção é desmiticar e criticar a civilização ocidental em nome da racionalidade. Visto por olhos estrangeiros, o Ocidente parece tão exótico quanto o Afeganistão o é para um norte-americano.

1, de Gonçalo M. Tavares (Bertrand Brasil, 224 págs., R$ 29). Romance.

Escritor de 35 anos, considerado um fenômeno da literatura portuguesa, Gonçalo M. Tavares passou a vida lendo e escrevendo, trancafiado em sua casa. Quando decidiu publicar seus textos, abraçou a idéia com tudo o que tinha. Como resultado, lançou 14 obras em três anos – entre romances, novelas e livros de poesia. Além da quantidade, impressionou também pela qualidade. Apanhado de oito livros intitulado simplesmente 1 (um), este lançamento é uma amostra do lirismo construído sobre imagens naturais e concretas, em versos que entoam uma melodia peculiar.

Nos Caminhos da História, de Raymundo Negrão Torres (Edição do autor, 282 págs., preço a definir). História.

Nos Caminhos da História transita pela História com ecletismo. Fala do Brasil, abordando temas como tropeirismo, militarismo e Amazônia, trata de Lula, Curitiba, petróleo, Polônia, China e Hitler. Lançado para celebrar o seu aniversário de 80 anos, este é o décimo livro de Raymundo Negrão Torres, paraense radicado no Paraná, integrante da Academia Paranaense de Letras e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil. Colaborador da Gazeta do Povo, estreou na literatura em 1989, dois anos depois de entrar para a reserva, com o livro de memórias Meninos, Eu Também Vi!.

A Verdade Vos Tornará Livres – Catecismo para Adultos, de vários autores (Tradução de Maria da Graça Ferrão e Antonio Maia da Rocha. Gráfica de Coimbra, 552 páginas, preço a definir). Religião.

Autorizada pela Conferência Episcopal Italiana, esta edição de A Verdade Vos Tornará Livres, publicada pela Gráfica de Coimbra, em Portugal, é resultado de um longo trabalho de bispos italianos para celebrar o ano do Jubileu em 2000. Ricamente ilustrado e em papel cuchê, livro se propõe, segundo a apresentação do cardeal Camillo Ruini, a realizar "adaptações indispensáveis" no catecismo da Igreja, considerando "diferenças de culturas, idade, espiritualidades, situações sociais e eclesiais daqueles a quem a catequese se dirige".

O Caminho de Los Angeles, de John Fante (Tradução de Roberto Muggiati. José Olympio Editora, 208 págs., R$ 31). Romance.

Em 1933, John Fante (1909 – 1983) recebeu um adiantamento de US$ 450 para escrever um livro – seu primeiro – em sete meses. O prazo estourou, ele não conseguiu terminá-lo. Três anos depois, reescreveu alguns trechos e finalizou a obra, ignorada pelos editores. Depois de sua morte, o manuscrito de O Caminho de Los Angeles foi encontrado pela viúva do escritor e só então publicado. O romance tem como protagonista Arturo Bandini, alter ego de Fante, sujeito que quer se tornar um autor de prestígio a todo custo, mas se vê forçado a trabalhar em subempregos até parar em uma indústria de sardinhas enlatadas.

Quando Eu Era o Tal De Sam Kashner, (Tradução de Santiago Nazarian. Planeta, 360 págs., R$39,90). Biografia.

Sam Kashner foi o primeiro aluno matriculado na Jack Kerouac School of Disembodied Poetics (Escola de Poetas Desencarnados Jack Kerouac), curso de literatura criado por Allen Ginsberg, em Boulder, Colorado. Em Quando Eu Era o Tal, Kashner narra os anos de convivência com alguns dos protagonistas do movimento beatnik, Ginsberg, William Burroughs, e Gregory Corso, todos seus professores. Além de destruir o mito criado em torno desses ícones americanos, o livro descreve o começo do fim do movimento, a partir das experiências que Kashner viveu como aluno, secretário da escola e, algumas ocasiões, psicólogo de seus mestres.

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