O Livro das Feras (para Amantes de Animais)Patricia Highsmith(Tradução de Pedro Gonzaga. L&PM Pocket, 272 págs., R$ 17). Romance.

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Patricia Highsmith (1921 – 1995) usa de ironia para fazer de um cachorro (ou hamster, macaco, rato, porco, etc.) personagem dotado de características humanas, protagonizando histórias ao mesmo tempo densas e divertidas. Nos 13 contos de O Livro das Feras, os animais exteriorizam desejos e instintos humanos – vingança, raiva, ambição, sadismo e inveja –, como o gatinho que mata o namorado da sua dona e o camundongo que rói o rosto de um bebê. As histórias são macabras e podem assustar o leitor despreparado. Autora de mais de 20 livros, é conhecida por ter criado a série dedicada a Thomas Ripley.

Sobrevivendo na PrisãoJohn Cheever(Tradução de Sergio Viotti. Arx, 224 págs., R$ 29,90). Romance.

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Homem é enviado para a penitenciária de Falconer, condenado por ter assassinado o irmão. Encarcerado no bloco F, o mais frio de toda a prisão, ele conhece outros criminosos, tão solitários e excêntricos quanto ele. Vencedor dos dois principais prêmios literários dos EUA, o Pulitzer e o National Book Award, John Cheever (1912 – 1982) monta um cenário de encontros e desencontros, descortina a vida de seu protagonista paulatinamente e mostra que a maior brutalidade pode ser o silêncio. É autor de A Crônica dos Wapshot, O Escândalo dos Wapshot e Ah, Até Parece o Paraíso, também publicados pela Arx.

Todos os Nomes do MundoNelson Oliver(Ediouro, 552 págs., R$ 59,90). Dicionário.

Obra referencial para historiadores, lingüistas e interessados no mundo da etimologia. O jornalista carioca Nelson Oliver levou 15 anos elaborando seu estudo, no qual explica origens, simbolismos e significados de mais de 15 mil nomes. Ele apresenta variantes em outras línguas, as diferentes grafias e versões, cognomes e anagramas. Conta quando o nome foi usado pela primeira vez, lista personalidades em cada verbete e traz ainda os absurdos cometidos por alguns pais – como aquele que homenageou os três ídolos da Copa de 70, Rivelino, Jairzinho e Gerson, e batizou seu filho de Riveljairerson.

O Seqüestrado de VenezaJaen-Paul Sartre(Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. CosacNaify, 102 págs., R$ 38). Ensaio.

O volume reúne dois ensaios publicados originalmente em revistas – "Veneza, de Minha Janela" (1953) na Verve, e "O Seqüestrado de Veneza" (1957), na Les Temps Modernes. No primeiro, um exercício literário com impressões de viagem, Sartre descreve a cidade cercada de água por todos os lado – água cuja luminosidade teria influenciado a pintura veneziana. O segundo é uma reflexão sobre a vida e a obra do pintor veneziano Jacopo Robusti (1519 – 1594), mais conhecido como Tintoretto. Ele é o personagem perfeito para Sartre nomear "pai do existencialismo". Do escritor e filósofo francês, a CosacNaify prepara o lançamento de Crítica Literária.

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Paciente 67Dennis Lehane(Tradução de João Baptista da Costa Aguiar. Companhia das Letras, 344 págs., R$ 42). Romance.

Mais conhecido como o autor do livro que inspirou o filme Sobre Meninos e Lobos – Oscar de melhor ator para Sean Penn em 2004 –, Dennis Lehane é um prolífico autor de romances policiais. Paciente 67 é o sexto livro de sua autoria traduzido ao português – e, como não poderia ser diferente, também será levado ao cinema, pelo diretor Wolfgang Petersen (Mar em Fúria). No verão de 1954, o xerife Teddy Daniels chega a Shutter Island com seu novo parceiro, Chuck Aule. A dupla deverá investigar a fuga de uma interna do Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, reservado a pacientes criminosos.

O Livro Vermelho dos Pensamentos de MillôrMillôr Fernandes(L&PM, 200 págs., R$ 13). Humor.

Publicado originalmente em 1973 – "nos tempos heróicos do Pasquim", como escreve Millôr na ficha de catalogação bibliográfica –, seu Livro Vermelho reúne, como o próprio título diz, os pensamentos de Millôr Fernandes em aforismos impagáveis, inclusive o clássico "O homem é um animal inviável". Hoje com 81 anos, o escritor fala sobre trabalho, profissões, comunicação, etc. Eis a pérola tirada de uma conversa com Jaime Lerner, em 1978: "Não conheço ninguém que, como eu, tenha tanta noção de ser um homem medíocre. O que, desde logo, me torna um homem extraordinário".