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"A casa de Alice", de Chico Teixeira, e "Baixio das bestas", de Claudio Assis, serão os representantes brasileiros na mostra oficial competitiva na disputa pelo grande prêmio Coup de Coeur do Festival de Cinema de Toulouse, que acontece entre 16 e 25 de março, com homenagens ao ator Lázaro Ramos e ao cineasta chileno Raúl Ruiz.

Durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira em Paris, a diretora do festival, Esther Saint-Dizier, anunciou para a 19ª edição dos Encontros de Cinemas da América Latina de Toulouse uma programação de quase 200 filmes, com destaque para as produções cinematográficas de Brasil e Chile.

Além dos filmes brasileiros, a mostra competitiva inclui dois argentinos ("Ciudad en celo", de Hernán Gaffet, e "La marea", de Diego Vignatti), dois mexicanos ("El cobrador", de Paul Leduc, e "Familia Tortuga", de Rubén Imaz Castro) e um cubano ("Madrigal", de Fernando Pérez). Lázaro Ramos atua em "El cobrador".

A mostra Descobrimento, dentro do festival, reunirá filmes pioneiros de cineastas do Brasil, da Argentina, do Chile e da Colômbia; a seção Panorama será destinada a cineastas confirmados, e haverá, ainda, as seções Documentários e Curta-metragens. A retrospectiva desta edição será dedicada a Raúl Ruiz, "antes do exílio e do retorno". O festival dará um panorama completo da atual cinematografia latino-americana.

Esther Saint-Dizier explicou que, enquanto a cinemateca de Toulouse exibirá durante o mês de março uma retrospectiva da obra de Raúl Ruiz realizada na Europa, o festival quis homenagear o cineasta mostrando sua obra chilena. A retrospectiva irá de "Tres tristes tigres" (1968), primeiro filme de Ruiz, a "Días de Campo", rodado em 2004.

Paralelamente, o Festival de Toulouse dedicará uma seção a outro cineasta chileno, mas muito pouco conhecido: Cristián Sánchez. Saint-Dizier qualificou Sánchez de "um dos cineastas mais originais e interessantes do Chile", embora sem dúvida seja aum dos menos conhecidos, visto que seus filmes nunca foram distribuídos comercialmente.

Outro homenageado da edição deste ano será Lázaro Ramos, um "ator camaleão", na mostra intitulada "Negro Brasil", dedicada à presença negra no cinema brasileiro, "muito minoritária, imagem inversa de um país cujo verdadeiro rosto é fruto de uma incrível mestiçagem" e "que tem a segunda população negra mais importante do mundo depois da Nigéria", disse Esther Saint-Dizier.

Lázaro Ramos ("Madame Satã", "O Homem que Copiava", "Carandiru", "Cidade Baixa", é um dos melhores atores de sua geração e símbolo de uma evolução do cinema brasileiro, que deixa para trás os preconceitos, e do qual "o próximo avanço terá que ser obra dos próprios negros, por trás da câmera", como diretores, reforçou Saint-Dizier.

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