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Jeff Bridges assume no filme o papel que foi de John Wayne na versão de 1969 | Divulgação
Jeff Bridges assume no filme o papel que foi de John Wayne na versão de 1969| Foto: Divulgação

Bravura Indômita

(True Grit. EUA, 2010). Direção de Joel e Ethan Coen. Com Jeff Bridges, Matt Damon e Hailee Steinfeld. Concorre ao Oscar nas categorias de filme, direção, ator (Jeff Bridges), atriz coadjuvante (Hailee Steinfeld), direção de arte, fotografia, figurinos, som, edição de som e roteiro adaptado.

Embora tenha sido batizado de "um faroeste dos irmãos Coen", Bravura Indômita está mais para a aventura de uma menina, Mattie Ross (Hailee Steinfeld), que cai no mundo e enfrenta uma série de situações que acabará moldando o seu futuro. Isso explica as comparações feitas com Alice no País das Maravilhas e O Mágico de Oz.

O que há de faroeste no filme – além de um bom duelo – tem a ver com a conduta da trinca de personagens principais: Cogburn (Jeff Bridges), LaBoeuf (Matt Damon) e Mattie. Quando se conhecem, as diferenças são tantas que é difícil supor que os três vão desempenhar papéis definitivos na história um do outro. E que serão leais.

Ao longo da vida, você conhece pessoas e é obrigado a conviver com várias delas – ainda que isso nem sempre seja uma escolha. Mas poucas – pouquíssimas, na verdade – devem deixar marcas. Talvez a experiência ensine a perceber quando esses protagonistas aparecem e a decidir, no caso de eles surgirem, se você está disposto ou não a se envolver.

Mattie quer vingar a morte do pai e paga um bom dinheiro para o policial federal Cogburn caçar e prender o assassino Tom Chaney (Josh Brolin), pois, se depender da lei, ele vai escapar sem punição. Ela quer embarcar na viagem, o que soa absurdo para o velho caolho.

Cogburn conhece Laboeuf, da polícia montada do Texas, que procura Chaney pela morte de um político texano. Os dois fazem um acordo para ir ao encalço do bandido e deixam a menina para trás, com instruções de que volte para casa, mas ela não aceita, pega o cavalo e vai atrás deles. Quando os alcança, depois de cruzar um rio, Laboeuf resolve dar umas palmadas na garota, pela sua desobediência.

É o momento em que Cogburn decide acolher a menina na perseguição a Chaney e também na sua história. Ele saca a arma e obriga Laboeuf a interromper os tapas. "Tiranizado por uma menininha", diz o texano para o federal. O velho não responde e não precisa. Afinal, ele só faz o que quer. Cada vez mais velho – como o próprio se descreve –, ele aceita a proximidade com Mattie sem nenhum motivo aparente.

O filme assume o ponto de vista de Mattie e só deixa entrever o que se passa com Cogburn e LaBoeuf, mas dá para deduzir que, pelas proezas que os homens realizam e pelo que a menina diz, todos saem da jornada com marcas profundas.

Até o próximo sábado, o Caderno G publica críticas dos dez longas-metragens indicados ao Oscar de melhor filme. Os vencedores serão conhecidos no domingo, dia 27 de fevereiro

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