Fabiano Amorim vive o monarca que enlouquece| Foto: Elenize Dezgeniski/Divulgação

Agenda

Lear

Miniauditório do Teatro Guaíra – Glauco Flores de Sá Britto (R. Amintas de Barros, s/nº – Centro), (41) 3304-7982. Quinta e sexta-feira, às 21 horas, e sábado e domingo, às 18 e 21 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Até 4 de maio. Classificação indicativa: 16 anos.

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Na semana em que se comemoram os 450 anos do nascimento de Shakespeare, Curitiba tem a chance de conhecer mais uma adaptação da tragédia do Rei Lear, inscrita entre as obras-primas do bardo. Lear estreou no Sesi Portão e agora fica em cartaz até 4 de maio no Miniauditório do Guaíra.

A recriação, assinada por Andy Gercker e dirigida pelo cenógrafo e figurinista Paulo Vinícius, concentra-se no rei e em suas três filhas, com o uso de pouca ação ou diálogos espontâneos – a história é contada com o auxílio de narração. O elenco é composto por Fabiano Amorim, Liz Santos, Lubieska Berg e Valesca Moura Jorge.

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Na trama original, o monarca decide dividir suas terras entre suas herdeiras ainda em vida, livrando-se do peso da administração, mas pretendendo manter regalias da coroa. Para isso, pede que cada uma das moças diga o quanto o ama. As mais velhas o bajulam falsamente, enquanto a caçula afirma ter-lhe o amor devido, mas que, ao casar-se, dedicará o afeto também ao marido. Furioso, Lear deserda a filha honesta e dá poder às tiranas, que rapidamente o esmagam até uma situação humilhante.

A lição sobre verdade e aparência, o envelhecimento e a corrupção moral ganha ainda reflexões contidas no ensaio filosófico Sobre a Brevidade da Vida, de Sêneca.

"Por incrível que pareça, foi uma forma de aproximar a história do público de hoje", contou Vinícius à Gazeta do Povo.

Num cenário simples e escuro, ele utiliza a iluminação (assinada por Wagner Corrêa) para indicar passagens de tempo e até a morte dos personagens: os holofotes são todos brancos, e, quando ocorre a violência, entra a cor vermelha. A angulação da luz, que ora vem de baixo, ora de cima, também contribui para contar a história visualmente.

Para o diretor, o figurino, que usa a cor preta e tecidos pesados aliados à renda, ao lado da trilha criada especialmente por Junior Pereira, são os elementos responsáveis por conduzir a imaginação da plateia ao medievo dos castelos e cavaleiros.

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