Grandes casas de leilão internacionais investem num novo filão há tempos impensável para obras de arte e peças cujo valor, por ser elevado, costuma exigir uma avaliação minuciosa antes que um lance seja dado. Elas vêm apostando alto nos chamados "online only", leilões em que toda a negociação se dá exclusivamente pela internet. Depois de ver que as vendas virtuais deixaram de representar de 1% a 2% de sua receita em 2010 para responder por 13% em 2013, a Phillips — com sedes em Nova York e Londres e escritórios em seis países — se prepara para lançar uma plataforma própria de lances on-line no ano que vem, que permitirá compras até pelo celular. Enquanto isso, a Christie’s, com representações em 32 países, completa um total de 40 leilões realizados apenas pela web nos últimos dois anos.

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"A internet revolucionou nosso negócio", afirma Steven Murphy, CEO da Christie’s, em entrevista por e-mail. "Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode ver uma peça em questão de segundos e fazer uma oferta por ela. A internet nos conecta com compradores e vendedores de todo o planeta de uma forma que não havia sido possível até agora. É muito animador."

De acordo com a revista The Economist, o mercado de leilões na internet movimentou US$ 870 milhões em 2012. Para 2013, seus prognósticos são ainda mais otimistas, já que as casas parecem decididas a se profissionalizar nesse sentido.

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Potencial

A maior parte dos leilões "online only" na Christie’s ocorreu em 2013. Um deles foi realizado na última semana, com a venda de cem obras de arte e objetos pessoais que um dia pertenceram a personalidades como Charlie Chaplin, Andy Warhol, Madon­­­na, Eric Clapton, Beatles e Britney Spears.

Foi a partir desse tipo de leilão de objetos de celebridades que a Christie’s percebeu que tinha um potencial a desenvolver: em dezembro de 2011, arrecadou US$ 156 milhões com 1.778 lotes de joias, roupas, filmes e obras de arte da coleção pessoal de Elizabeth Taylor, todos vendidos exclusivamente pela internet.

No ano seguinte, a Christie’s foi além e decidiu investir em grandes artistas. E atingiu o recorde de vendas nesse tipo de leilão: a tela "October on Cape Cod", do americano Edward Hopper, foi arrematada por US$ 9,6 milhões mesmo tendo sido vista somente na tela de computador.