Capitão América: truques mentais explicam a traição| Foto: Marvel/Divulgação

O mistério sobre o Capitão América “vira-casaca” durou apenas um mês. Foi revelado no mês passado, na primeira edição de “Capitão América: Steve Rogers”, que o personagem, mais ligado que qualquer outro ao patriotismo americano, de origem judaica, teria sempre feito parte de uma organização nazista, a Hydra. Na edição número 2 de “Capitão América: Steve Rogers”, o autor Nick Spencer explica que não era bem assim. Na verdade, a virada na mente do Capitão é o preço que ele teve de pagar por rejuvenescer.

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“Essa é uma história sobre o Capitão tendo a sua realidade alterada por um supervilão”, afirmou Spencer à Gazeta do Povo. Na história, descobre-se que Steve Rogers teve a sua percepção de mundo alterada por Kobik, uma versão humanizada do Cubo Cósmico, poderoso artefato que pode dar a seu controlador poderes onipotentes (você deve lembrar desse artefato do primeiro filme dos Vingadores, quando ele é roubado por Loki). Nos anos 70, o Capitão evitou que o Caveira Vermelha controlasse a humanidade com o Cubo, que acabou fragmentado.

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Na cronologia recente, após ser aprisionado pelo Barão Zemo em uma realidade paralela, Rogers acabou atingido por um raio que o envelheceu até os 70 anos, revertendo os poderes do soro do supersoldado, que o mantinha jovem desde o final da 2ª Guerra Mundial. Em uma história a ser publicada no Brasil em breve, “Avengers: Standoff!” (algo como Vingadores: O Impasse), Rogers seria morto por Ossos Cruzados, mas é salvo por Kobik, que devolve seus poderes. Porém, sem que ninguém soubesse, altera a percepção do Capitão.

De pai para filho

No volume 2 da nova série, Spencer revela que Kobik desenvolveu uma relação de filho com o Caveira, já que ao se tornar humanizado, o fragmento do artefato poderoso tinha como última lembrança quem o controlava e quem o destruiu. “Isso foi divertido. O Caveira é um cara esperto, e reconheceu rapidamente que ele não poderia ser autoritário com Kobik. Entendeu a necessidade de ter ele ao seu lado”, disse o roteirista ao site americano CBR. Desta forma, Kobik rejuvenesceu Rogers a pedido do Caveira, que decidiu não matar seu principal inimigo, mas destruir o que ele representa.

As memórias que Rogers desenvolveu, como sua mãe fazendo parte das reuniões da Hydra e outras questões menos polêmicas da edição número 1, ficaram de lado. Spencer tratou de explicar a mudança na cabeça do Capitão em primeiro lugar. A saga continuará nos EUA, desvendando esses mistérios, e deve chegar ao Brasil dentro de um ano.

Pressão popular

A avaliação é de que a repercussão fez com que Nick Spencer e a Marvel tratassem de explicar logo qual era a intenção por trás da mudança do Capitão. “As pessoas estavam falando sobre isso no rádio, Chris Evans [o ator que faz o Capitão América nos cinemas] teve 85 mil retweets naquela crítica. Foi fantástico, e eu entendo que ver as pessoas chocadas e aborrecidas é uma resposta natural”, argumentou Spencer ao CBR. Mas isso não o impediu de continuar recebendo mensagens agressivas.

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Spencer, porém, tem um jeito particular de lidar com o assédio. “Em algum lugar alguém vai escrever que eu tenho problemas por retuitar bullying aqui”, escreveu no Twitter, “Com qual assédio se deve responder, como avaliar esses assédios... assim, achei grosseiro e crítico demais ao extremo.” Spencer responde a quase todos seus leitores, sempre fazendo questão de frisar: é uma história em que um supervilão mudou a realidade do herói. Nada mais comum, porém nunca tão barulhento.