Competição
Daniel Ribeiro vence prêmio da crítica
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro, ganhou ontem o Prêmio da Federação Internacional da Crítica Cinematográfica, da Mostra Panorama (Fipresci), na 64ª edição do Festival de Berlim.
O filme conta a história de Leonardo (Ghilherme Lobo), um jovem deficiente visual que busca a independência e lida com as descobertas da adolescência. Sua vida muda completamente após conhecer Gabriel (Fabio Audi). Em entrevista à Gazeta do Povo na última quarta-feira, Ribeiro havia dito que quis tratar no seu filme a temática gay como um não problema. "Eu quis mostrar os dilemas de alguém que é cego e se apaixona", explicou.
O prêmio da competição oficial foi para Life of Riley, do consagrado diretor francês Alain Resnais. Na Mostra Fórum, o premiado da Fipresci foi Forma, de Ayumi Sakamoto.
A 64.ª edição do Festival de Berlim anunciará hoje à noite os vencedores dos Ursos de Ouro e Prata, escolhidos pelo júri presidido pelo produtor e roteirista James Schamus.
Embora considerando que premiações sempre podem trazer surpresas, alguns títulos lideram a bolsa de apostas para os cobiçados troféus.
Até o fechamento desta edição ainda faltava ser exibido Macondo, de Sudabeh Mortezai e The Little House, do mestre Yoji Yamada um dos que mais agradou aos críticos foi 71, de Yann Demange, um filme político sobre os conflitos na Guerra Civil da Irlanda do Norte na década de 1970.
O mais ovacionado, no entanto, foi Boyhood, de Richard Linklater, sobre o crescimento de um adolescente e sua família, numa filmagem que durou 12 anos. Há duas décadas, Linklater ganhou um Urso de Prata com o primeiro filme da série Antes do Amanhecer. Não será surpresa se repetir neste ano ou até levar o Urso de Ouro.
Também bastante cotado é The Beloved Sisters, do alemão Dominik Graf, um drama histórico ambientado em 1788, em Rudolstadt, uma cidade provinciana da Alemanha, sobre duas irmãs que disputam o amor do poeta e filósofo Friedrich Schiller (1759-1805), autor de Os Bandoleiros.
Mas outro alemão também tem chance: Stations of the Cross, de Dietrich Brüggemann, uma crítica à Igreja Católica contada a partir da adolescente Maria, cuja fé a leva a um calvário que o filme compara à Via Crúcis.
Também despertou atenção o norueguês In Order of Disappearance, de Hans Petter Moland, sobre um pai que procura vingar a morte de seu filho.
The Grand Budapest Hotel, de Wes Anderson, que abriu o festival, foi bem recebido, mas não é uma unanimidade entre a crítica.
Brasil
O brasileiro Praia do Futuro, de Karim Aïnouz, é um filme denso, com alma e sentimento, um dos melhores títulos desta seleção. Foi uma das produções brasileiras com mais público das últimas edições da Berlinale. Na cotação das revistas especializadas, tem uma avaliação da crítica de média para boa e, com certeza, chances de levar algum prêmio.
Entre os atores, embora não haja um grande nome em destaque, estão sendo mencionados Jack OConnell, o soldado desesperado de 71; Ellar Coltrane, o adolescente de Boyhood; e Cillian Murphy, de Aloft. A boa interpretação de Wagner Moura em Praia do Futuro também lhe dá chances na disputa.
Na categoria melhor atriz, uma das favoritas é Lea van Acken, que faz o papel da adolescente Maria em Stations of the Cross. Outras também cotadas são Henriette Confurius e Hannah Herzspring, as irmãs de Beloved Sisters.
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