A venda de ingressos para a 5.ª Festa Literária Internacional de Parati (Flip) começou ontem pela manhã e, logo depois do almoço, os ingressos esgotaram em 12 das 21 mesas programadas entre os dias 5 e 8 de julho.
A abertura será na noite do dia 4, com uma homenagem a Nelson Rodrigues (1912 1980), conduzida pela crítica teatral Barbara Heliodora, seguida do show da Orquestra Imperial, acompanhada de João Donato (ingressos ainda disponíveis).
Quanto aos ingressos esgotados, não há motivo para pânico. Não por enquanto. Os eventos da Flip dividem-se entre duas tendas: a dos Autores e a da Matriz. O palco e os escritores ficam na primeira, enquanto a segunda exibe as mesas ao vivo em um telão. Não é mais possível ver em carne e osso alguns dos principais convidados deste ano, como J. M. Coetzee e Nadine Gordimer, ambos sul-africanos e vencedores do Nobel de Literatura. Mas todas as mesas ainda têm ingressos à venda para a Tenda da Matriz.
Mesmo o "ver em carne e osso" é relativo porque, uma vez em Parati, é muito provável que acabe encontrando os escritores à toa, sem querer, caminhando pelo Centro Histórico. É possível comprar ingressos pela internet e, em Curitiba, na bilheteria da livraria Fnac no ParkShopping Barigüi (confira detalhes no quadro).
Na programação, Gordimer conversa com o israelense Amós Oz sobre a literatura como resgate da humanidade em um mundo dividido e pontuado por injustiças.
Coetzee traz ao Brasil, com exclusividade, trechos do seu próximo livro, Diário de um Ano Ruim. Nele, o protagonista comenta vários assuntos que marcam o mundo de hoje.
A homenagem ao dramaturgo Nelson Rodrigues acontece em "três atos". A primeira mesa, já citada, traz Barbara Heliodora. A segunda, será conduzida por Augusto Boal defendido por Rodrigues durante à ditadura e Eduardo Tolentino, o fundador do grupo Tapa. A terceira e última reúne o cineasta e cronista Arnaldo Jabor, a pesquisadora e ensaísta Leyla Perrone-Moisés e o artista plástico Nuno Ramos. São "três personagens em busca de um autor", no texto divulgado pela organização.
O romancista policial Dennis Lehane, de Sobre Meninos e Lobos, e o escritor e roteirista Guillermo Arriaga, de Babel, falam entre si e com o público sobre a violência que permeia suas obras, importada de grandes centros urbanos como Boston, Massachusetts (EUA), e a Cidade do México (capital mexicana).
Violência é tema também do encontro do serra-leonês Ishmael Beah (inédito no Brasil) com o brasileiro Paulo Lins (Cidade de Deus).
O dramaturgo paranaense Mário Bortolotto conversa com Bosco Brasil, outro autor ligado ao teatro, sobre o futuro das montagens independentes, que ganharam força na década passada, quando novos talentos escreveram textos, montaram companhias e encontraram espaços para encenar suas peças.
Na verdade, diante da programação da 5.ª Flip, é difícil encontrar sequer uma mesa que não mereça destaque. Pela oportunidade, os estrangeiros tendem a chamar mais atenção. De qualquer forma, na primeira semana de julho, a literatura estará no ar, na água e na comida de Parati. Sorte de quem estiver lá.
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