Menos de um ano depois de passar a vender livros físicos nacionais, o que levou editores e livrarias do país a buscar estratégias para lidar com a concorrência travada, a gigante Amazon aumenta o catálogo de livros importados.
Em conta
A vantagem do aumento do catálogo de livros importados da Amazon pode significar preços mais em conta para o consumidor. Em pesquisa feita no dia 6 de maio, achamos alguns exemplos:
Marvel‘s Guardians of the
Galaxy: The Art of the Movie Slipcase
R$ 129 (Amazon)
R$ 183,50 (maior preço encontrado, na Livraria Cultura)
The Walking Dead – Compendium Two, Robert Kirkman
R$ 169,70 (Amazon)
R$ 220,20 (maior preço encontrado, na Livraria Cultura)
Dias y Noches de Amor y de Guerra, Eduardo Galeano
R$ 29,70 (Amazon)
R$ 46,60 (maior preço encontrado, na Livraria Cultura)
Vivir para Contarla, Gabriel García Márquez
R$ 24,90 (Amazon)
R$ 48,90 (maior preço encontrado, na Livraria Travessa)
No final de abril, a empresa ampliou o número de títulos de livros impressos em língua estrangeira (inglês, espanhol, francês e italiano, entre outras) de dez mil para cem mil. Com o retorno positivo dos clientes, que aprovaram a iniciativa, a empresa cedeu ainda mais e, agora, já são 400 mil obras importadas disponíveis para compra. Um aumento de quase 4.000 % em menos de duas semanas.
Fora os descontos mais atrativos que a empresa costuma oferecer, a grande vantagem para os consumidores é poder comprar títulos importados na versão brasileira da loja. Assim, sem ter que recorrer ao site americano, evita-se o pagamento da taxa de IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros), obrigatório nas compras em dólar, e o pagamento de fretes internacionais.
A Amazon quer ter o melhor catálogo de livros em português, o melhor catálogo de livros estrangeiros, o melhor catálogo de livros digitais,
o melhor catálogo de autores independentes.
A própria Amazon anuncia que o frete torna-se gratuito em compras acima de R$ 69 (para estados do Sul e Sudeste) e acima de R$ 99 para o restante do país, com prazos recordes de entrega em caso de compras de produtos disponíveis no estoque.
ILESAS
Para o economista Carlo Carrenho, do site PublishNews, especializado em mercado editorial, a oferta de importados pela Amazon não deve alterar o comportamento do leitor brasileiro, cuja preferência esmagadora é por livros escritos em língua portuguesa. “Paras as editoras não faz diferença essa nova oferta”, diz Carrenho.
Mas essa estratégia toda tem um propósito muito bem almejado.
Daniel Mazini, líder da área de livros impressos da Amazon.com.br, afirma que, depois do ingresso na comercialização de obras nacionais e já com uma venda de livros digitais consolidada, a intenção da empresa era mesmo avançar sobre títulos importados para conseguir oferecer “o melhor catálogo do país”.
“A Amazon quer ter o melhor catálogo de livros em português, o melhor catálogo de livros estrangeiros, o melhor catálogo de livros digitais, o melhor catálogo de autores independentes”, diz. “Sabemos que o cliente quer comprar livros em qualquer língua e em qualquer formato”.
Embora a empresa não divulgue números sobre vendas e comportamento de mercado, Mazini explica que a regra de preço aplicado a cada uma das obras segue definição própria e, por isso, não acompanha os valores praticados nas livrarias comum. “Queremos que o cliente veja que o preço pelo qual vai comprar o livro é competitivo”, diz Mazini.
Atualmente, a Amazon.com.br disponibiliza cerca de 580 mil títulos, dos quais 180 mil são em português.
A biblioteca de e-books para Kindle acumula mais de dois milhões de obras, o que confere à empresa uma situação “confortável” no mercado de livros digitais.
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