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No dia 12 de janeiro de 1984, aconteceu em Curitiba o primeiro grande comício de rua na campanha pelas eleições diretas no Brasil, na Boca Maldita. Camisetas amarelas proliferavam, numa época em que o verde e o amarelo haviam sido banidos do guarda-roupa em protesto contra a ditadura. Quem não tinha uma, pregava um papel amarelo à roupa.

As circunstâncias que levaram a esse pontapé inicial no que se tornaria um protesto nacional são relatadas no livro Os Publicitários das Diretas pelo ponto de vista de seus idealizadores.

O evento de rua foi resultado de uma vasta campanha – com outdoors, broches e as citadas camisetas – criada aqui pela agência Exclam, tendo como cliente o PMDB. Uma das informações que se aprende no livro, porém, é que todo mundo trabalhou voluntariamente, por convicção ideológica.

Ernani Buchmann conta como saiu de uma reunião com Ulysses Guimarães e Affonso Camargo e, por coincidência, entrava um repórter da Rede Globo, que filmou o material e contribuiu para lançar a ideia nacionalmente.

Bira Menezes relata como o esboço que fez para o slogan “Eu quero votar pra Presidente” acabou sendo utilizado sem arte final porque ele tinha saído de férias. Foi tomado ainda o relato de Antonio Freitas, e o irmão de Sérgio Mercer, morto em 1996, contou sobre o trabalho dele.

As diretas não ocorreriam tão cedo, já que, em abril em 1984, a Câmara de Deputados derrubou a emenda que tornava o voto para presidente popular. A partir daí começou outra campanha, pela eleição indireta de Tancredo Neves. Com sua morte, assumiu o vice José Sarney, e só em 1989 o Brasil votaria para presidente.

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