Um tribunal no Egito condenou um escritor a dois anos de prisão por “indecência pública”, depois que trechos de seu romance sexualmente explícito foram publicados em um jornal de literatura.
Um capítulo do romance “Istikhdam al-Hayat”, ou “Usando a Vida”, de Ahmed Naji, foi publicado em um jornal estatal de literatura no ano passado. O processo contra o autor foi aberto por um cidadão egípcio que afirmou ter sofrido de aflição e palpitações por causa da leitura.
Naji foi liberado inicialmente em janeiro, mas a promotoria apelou da decisão e ele foi condenado a dois anos de prisão no novo julgamento realizado neste sábado (20), disse seu advogado. Cabe recurso contra a decisão.
Na decisão inicial, o tribunal afirmou que liberou o escritor porque a liberdade de expressão está prevista na constituição do país e acrescentou que a moralidade era subjetiva. As razões que levaram à condenação de Naji na segunda sentença não foram divulgadas.
O editor do jornal também foi condenado a pagar multa de 10 mil libras egípcias (pouco mais de R$ 5.000). A sentença foi considerada por escritores, jornalistas e defensores dos direitos humanos no Egito uma afronta à liberdade de expressão.
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