“De segunda a sexta da semana passada, deixei 40 livros no Bosque de Portugal e, de hoje [terça-feira, 11] a sábado, completarei meu compromisso. O pessoal está me chamando de ‘O Poeta do Bosque’”, diz Cleverson Garrett.
O livro em questão é “Suspiro”, compilação de poesias com lançamento previsto para o próximo dia 18, em Lisboa. A obra teve edição do autor no Brasil e sai pela Chiado em Portugal.
Essa é a segunda obra do jornalista e escritor curitibano, que em 2013 saiu-se com “Mosaico”.
O método de divulgação inusitado tem feito sucesso.
Usuários do discreto bosque no Jardim Social interrompem o footing ou o passeio do cachorro para saber de que tratam aqueles livros expostos a céu aberto – o poeta agradece o veranico.
Até o próximo sábado (15), o objetivo é distribuir 120 obras. “É um lugar que faz homenagem à literatura, então nada mais justo”, explica Garrett, frequentador do espaço há mais de 20 anos. “Lá eu medito, leio, escrevo.”
O método é simples: ele chega cedo ao bosque e coloca os livros em pé, sob uma poesia “em azulejo” de Almeida Garrett (1799-1854), parente distante do curitibano. “Um dia um poema meu estará ao lado do dele no Bosque de Portugal”, profetiza.
Cleverson Garrett. Edição do autor, 70 pp., R$ 24. Poesia.
O título do livro é inspirado num poema homônimo e o tema principal da obra, explica o autor, é a dualidade entre a vida “vivida” e a vida “pensada”.
“O mundo ideal às vezes nos massacra. O suspiro, na verdade, é um tranco em nós. Porque ou jogamos fora algo que ele traz consigo, ou assumimos que ainda estamos em busca de algo.”
Em Curitiba, “Suspiro” foi lançado em dezembro de 2014, de forma independente. Está disponível para venda em e-book e nas livrarias da cidade.