Anna Dewdney, ilustradora e autora de best-sellers infantis como a série popular “Llama llama” certa vez escreveu que “ter empatia é tão importante quanto saber ler”.
“Quando lemos junto com uma criança, estamos fazendo bem mais do que ensinar-lhe a ler ou transmitir a ela o amor pela linguagem”, escreveu Dewdney para o The Wall Street Journal em 2013.
Esse é o legado deixado por Dewdney, que morreu no sábado passado (03) em sua casa em Vermont, após uma batalha de 15 meses contra o câncer no cérebro. Ela tinha 50 anos.
Dewdney ilustrou vários livros infantis de sucesso nos anos 1990. “Llama Llama Red Pajama”, seu livro de 2005 sobre ansiedade na hora de dormir e separação, começou uma série que aparecia com frequência na lista de best-sellers do New York Times.
Seu obituário contém muitos dos detalhes cruciais de sua vida, incluindo as vezes em que ela trabalhou como garçonete e carteira na zona rural, antes de chegar ao sucesso como escritora. Mas é assim que ele se encerra: “Ela pediu, no lugar de serviços funerários, que as pessoas se sentassem para ler com as crianças, em vez disso”.
Ensinar a ser humana
Dewdney escreveu mais de 10 livros sobre a Baby Llama, e a Netflix está em vias de produzir uma série “Llama Llama” em 2017, de acordo com seu obituário.
“Eu escrevi meus livros sobre lhamas porque adoro o som da palavra ‘lhama’. E os animais são tão engraçados”, ela disse a Ron Charles, em entrevista para o Washington Post em 2015. “Elas têm umas carinhas tão maravilhosamente expressivas. São bobas e peludas, e é muito divertido olhar para elas”.
“Ao lermos com a criança, estamos ensinando a ela como é ser humana. Quando abrimos um livro e compartilhamos nossa voz e imaginação com a criança, ela aprende a ver o mundo através dos olhos dos outros. Eu vou ainda mais longe e digo que a criança então aprende a sentir o mundo de forma mais profunda, se tornando consciente de si mesma e dos outros de um modo que ela simplesmente não pode experienciar sem ser desse jeito, sentada nos nossos colos, nas nossas salas de aula ou em nossos círculos de leitura”
A escritora e ilustradora também defendia abertamente a alfabetização infantil. Na entrevista ao Post, Dewdney diz como o ato de ler para as crianças faz mais do que só ensiná-las a amarem livros:
“Estamos fazendo algo que eu acredito que seja tão poderoso quanto isso, e é algo que está se perdendo em nossa cultura: ao lermos com a criança, estamos ensinando a ela como é ser humana. Quando abrimos um livro e compartilhamos nossa voz e imaginação com a criança, ela aprende a ver o mundo através dos olhos dos outros. Eu vou ainda mais longe e digo que a criança então aprende a sentir o mundo de forma mais profunda, se tornando consciente de si mesma e dos outros de um modo que ela simplesmente não pode experienciar sem ser desse jeito, sentada nos nossos colos, nas nossas salas de aula ou em nossos círculos de leitura”.
Diversão
A autora encorajava os adultos a se divertirem ao lerem para as crianças, usando vozes engraçadas e também perguntando às crianças sobre o enredo e pedindo para que elas digam como as histórias fazem elas se sentirem e se elas acham que essas histórias fazem sentido para elas.
“Sejam carinhosos, fortes e humanos, e isso permitirá que as crianças sob seus cuidados sejam também carinhosas, fortes e humanas”, ela disse. “Talvez na próxima vez que essas crianças sintam vontade de bater ou beliscar alguém, elas se segurem e peçam para que vocês as abracem, em vez disso”.
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