Donald Trump em campanha para a presidência dos EUA| Foto: Joe Raedle/AFP

Um mensageiro do Trump Hotel em Hong Kong paralisa ao sentir aquele “cheiro de peruca adesiva e spray de bronzeamento varrer a cavidade nasal”. Sente um tapinha no ombro. O patrão o chama.

CARREGANDO :)

“Ele ficou ali na minha frente, como um garanhão, com sua pele oleosa laranja brilhando à luz do sol como se ele fosse um Cheetos encharcado. [...] Ele é lindo.”

Publicidade

Ele, no caso, é Donald Trump, magnata bilionário e pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, retratado como gay na ficção “Trump Temptations: The Billionaire & the Bellboy” (tentações de Trump: o bilionário e o mensageiro, em tradução livre), do comediante americano Elijah Daniel, 22 anos.

“Todos os personagens neste livro são falsos, incluindo aqueles baseados em pessoas reais. Tudo neste livro é falso. E, depois deste livro, provavelmente o amor de meus pais por mim também será falso”, alerta ele no começo da obra.

Lançado no dia 20 a US$ 2, o e-book chegou ao primeiro lugar em dois rankings de literatura erótica (LGBT e de humor) da Amazon. Recebeu nota média de 4,8 (5 é a máxima) após 255 leitores o avaliarem no site. A rede não divulga o número de cópias vendidas.

Daniel conta que escreveu as 21 páginas do livro em quatro horas, depois de encher a cara com vinho barato e doce (“de mãe”) e fumar uma maconha batizada Banana Crack.

A combinação rendeu a sátira sobre Trump e seu empregado. “Procurei-o no Wikipédia. Lá diz que ele tem 69 anos, um número mágico. Também diz que seu apelido é ‘The Donald’, mas tenho certeza de que eles querem dizer ‘Daddy’ [papai]”, diz o mensageiro no livro. O desfecho guarda um segredo sobre o presidenciável, revelado durante o sexo.

Publicidade

Daniel define sua obra como “literatura lixo”. “Está mais para uma paródia de literatura real.” Sem ter qualquer resposta do “homenageado”, aposta que Trump recebeu o recado. “Com todo o burburinho na mídia, com certeza ele leu.”

Tacos

Trump é famoso pelas posições avessas a causas progressistas. Já defendeu que os EUA deveriam banir muçulmanos e insinuou que uma jornalista fora agressiva com ele por estar menstruada. Ainda que diga ter “amigos gays fabulosos”, é contra o casamento homoafetivo e já comparou uma união gay a escolher o taco errado de golfe.

“É como no golfe. Não quero que isso soe banal, mas um monte de pessoas está migrando para estes tacos longos, muito pouco atraentes. É estranho. Você vê estes grandes jogadores com tacos longos. Odeio isso. Tenho muitos amigos fabulosos que por acaso são gays, mas sou um tradicionalista”, disse em 2011.