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Uma das brincadeiras do livro. | Reprodução
Uma das brincadeiras do livro.| Foto: Reprodução

O comediante Gregorio Duvivier surpreendeu ao iniciar uma coluna consistente no jornal Folha de S.Paulo, em que estende ao texto o humor que faz em interpretações como ator do Porta dos Fundos.

Agora (aliás, já foi ano passado!) lança uma coletânea de desenhos humorísticos em aquarela, “Percatempos – Tudo Que Faço Quando Não Sei o Que Fazer” em que mantém o estilo quase bobo, despreocupado, mas que revela sutilezas. Ele assina as imagens e textos.

As brincadeiras visuais começam com um calendário em que as passagens dos meses deixam claro o quanto perdemos tempo. E como a temperatura pode incomodar.

As melhores sacadas incluem quatro mapas do Brasil, desenhados à mão, como todas as páginas, em que o autor brinca com as diferentes formas pelas quais as regiões brasileiras designam o pãozinho francês (cacetinho? pão aguado?) ou a mimosa-bergamota-tangerina; o número de beijinho no rosto na hora de cumprimentar e as interjeições mais espontâneas da fala, que vão de “bah!” a “visse”?

Livro

“Percatempos – Tudo Que Faço Quando Não Sei o Que Fazer”

Gregorio Duvivier. Cia. das Letras. 2015. R$ 28.

Agradarão também as tiradas com nomes próprios, como Arnaldo i-Tunes e Like Batista (um aviso no final do livro dá a opinião de Duvivier sobre usar personagens da realidade: eles só são reais fora do livro, que não emite opinião sobre quem quer que seja).

Há ainda brincadeiras com ditos populares, como “catar coquinho” e “ir comprar cigarros e nunca mais voltar”.

Letras de música ganham impagáveis ilustrações, que salientam o quanto elas têm de nonsense.

E memórias aparentemente pessoais também entram no livro, como o medo que o autor tinha de lobos quando criança – o que o faz imaginar um mundo dos contos de fadas sem o vilão, ou seja: extremamente entediante.

“Percatempos” se encaixa numa série de lançamentos atuais que valorizam o formato do livro, com papel especial, muita ilustração e rápidos de degustar.

Duvivier já lançou também as coletâneas de poemas “Ligue os Pontos” e “A Partir de Amanhã Eu Juro Que a Vida Vai Ser Agora”, além de “Put Some Farofa”.

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