A norte-americana Julia Quinn, em passagem pelo Brasil que inclui uma noite de autógrafos na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium nesta segunda-feira (31), mostrou o apelo de sua escrita junto às adolescentes. As 400 senhas para conseguir foto e livro assinado se esgotaram rapidamente. A autora já acumula 15 anos de best-sellers que transportam as leitoras adolescentes para o mundo do romance no século 19, em especial com sua série sobre a família nobre dos “Bridgertons”, repleta de condes, paixões e angústias familiares. Seus livros já apareceram na lista de mais vendidos do “New York Times” cerca de 20 vezes.
Antes de rumar à Bienal do Livro do Rio, que acontece de 3 a 13 de setembro, Julia respondeu a algumas perguntas da Gazeta do Povo por e-mail:
Como começou a escrever e se tornou uma especialista em climas românticos?
Comecei a escrever porque amava ler. Simples assim. Quando estava na universidade, lia romances históricos como uma pausa entre as leituras mais “sérias”. Quando me sentei para escrever meu primeiro livro, foi natural que eu fizesse esse gênero. Foi quando eu estava terminando a universidade. Tinha decidido que queria ser médica, mas precisava de aulas extras na área de ciências. Então eu escrevi meu livro enquanto estudava biologia e química orgânica. E fechei com uma editora no mesmo mês em que fui aceita para a escola de medicina de Yale. Foi uma decisão bem difícil, mas acabei decidindo adiar a faculdade e me concentrar na escrita. Dois anos depois eu realmente comecei os estudos, mas após três meses percebi que prefiro a vida de escritora!
Você tem um “truque” para conquistar a atenção de adolescentes?
Não há “truque”. É tudo uma questão de escrever uma boa história. Acho que as pessoas gostam dos meus livros porque se identificam com as personagens femininas. Minhas heroínas nem sempre são bonitas. Têm defeitos como qualquer um. Uma delas – Penélope, heroína de “Os Segredos de Colin Bridgerton” – parece ter ressoado entre minhas leitoras. É aquele tipo de mulher esperta e engraçada que não chama a atenção em eventos sociais. Uma citação dela foi postada no tumblr milhares de vezes: “Lá no fundo, ela sabia quem ela era, e era uma pessoa esperta e boa e até frequentemente engraçada, mas por algum motivo sua personalidade sempre acabava se perdendo entre seu coração e sua boca, e ela acabava dizendo a coisa errada, ou, com mais frequência, não dizendo nada.” Acho que toda mulher (e provavelmente a maioria dos homens) se sentiu assim em algum momento da vida.
LIVRO
Julia Quinn. Da série “Os Bridgertons”. Tradução de Claudia Costa Guimarães. Arqueiro. 304 pág. R$29,90. 2015.
Qual sua crença pessoal sobre encontrar a “pessoa certa”?
Só sei que conheci meu marido justamente quando decidi que não queria ter um namorado. Tinha acabado de começar a universidade, e eu só queria conhecer um monte de gente e me divertir. E então ele surgiu. Não diria que foi amor à primeira vista, mas foi perto disso...
Já teve contato com a literatura brasileira?
Não. É difícil achar traduções, e eu obviamente não leio português. Mas agora que estou conhecendo o país melhor, quero experimentar alguns autores brasileiros. Vou fazer uma noite de autógrafos no Rio com Carina Rissi – seria ótimo ler seus livros, mas não acho que tenham saído em inglês. Tenho um ótimo amigo de Moçambique... quem sabe eu compre um exemplar e peça a ele para traduzir!
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