Há pouco mais de um mês, quando acontecia a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, fui surpreendido com a informação de que o livro mais vendido à certa altura do evento era de uma curitibana. Seu nome, Kéfera Buchmann.
“Quem?”, perguntei antes de buscar informações sobre a escritora. Descobri então que, se era uma desconhecida para mim, para pelo menos 5 milhões de pessoas ela já era um ídolo. E isso com apenas 22 anos.
As mais de 5 milhões de pessoas estão inscritas no canal de Kéfera no YouTube, simplesmente o terceiro mais visto do Brasil.
Quando esteve na Bienal para uma sessão de autógrafos, a jovem arrastou para o local uma multidão de adolescentes, a maioria meninas. Mas, afinal de contas, qual o porquê de tamanho sucesso?
Para quem faz parte de uma geração pouco afinada com as novas linguagens, o livro autobiográfico “Muito Mais Que 5inco Minutos” é um começo para tentar entender esse fenômeno nascido na capital paranaense.
Em menos de 150 páginas, repletas de fotos, ilustrações e penduricalhos gráficos, Kéfera conta, com uma linguagem simples e despojada, sua história de vida.
A garota bonita e segura dos vídeos na internet revela a infância comum a muitas outras meninas: gordinha, vítima de bullying na escola e com baixa autoestima.
O livro transpõe para o papel a fórmula que angariou os milhões de fãs para seu canal no YouTube, o “5inco Minutos”.
Kéfera fala de situações familiares a qualquer adolescente: as confusões na escola, as amizades, os primeiros namorados, o primeiro beijo, as transformações no corpo, as dores e a vida familiar. E discorre sobre tudo isso com a naturalidade de uma melhor amiga, sem pudores, com palavrões, piadas o tempo todo e sinceridade.
Força da “youtuber” é a espontaneidade
Desde seus primeiros vídeos, em 2010, a “youtuber” curitibana Kéfera Buchmann deixa clara a personalidade que tem – desbocada e desastrada –, fugindo do estereótipo de “princesinha meiga e delicada”.
Leia a matéria completaComo literatura, “Muito Mais que 5inco Minutos” está longe de ser brilhante. É uma leitura fugaz e de pouca profundidade, soando em muitos momentos como a extensão ou compilação de um blog. Mas tem seus méritos ao tentar estabelecer um novo canal de comunicação com uma geração cada vez mais apegada ao visual, que considera cansativo um vídeo de dez segundos no Snapchat.
A seu modo, as palavras de Kéfera fazem jus ao título de sua obra, revelam que, por trás de uma garota engraçadinha, há alguém que conseguiu fazer da internet uma ferramenta para fortalecer a autoestima.
Ponto positivo para a curitibana que, após o sucesso, se mudou para São Paulo. Ela já anunciou um próximo livro para prosseguir com sua história.
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