Difícil explicar o que é “Meu livro do Rio”. É um guia de viagem com informações de almanaque que tem espaço para você escrever e colar coisas nele, como se fosse um diário.
Para autor, a vida tem que ter praia
Leia a matéria completaA ideia partiu de Luiz André Alzer, que lançou no ano passado um jogo de tabuleiro sobre o Rio, chamado “Desafio Carioca”. Um dos ilustradores foi Bruno Drummond. Os dois amigos de infância, com uma quantidade grande de informações sobre a capital fluminense – organizaram 360 perguntas para o jogo –, decidiram fazer “um livro diferente”.
É um livro para ratos de praia ou de biblioteca?
Entrevista com o escritor Luiz André Alzer
Leia a matéria completa“Gosto muito desse estilo almanaque, com textos curtos, listas, mas sempre com muita informação e de um jeito mais pop”, diz Alzer, por e-mail. Ele é autor também do best-seller “Almanaque anos 80”. “Acho que a interatividade funciona, até porque muita gente gosta de ter uma espécie de álbum de recordações, para guardar ingressos, fazer anotações de restaurantes, etc. A proposta do livro é que ele seja, daqui a alguns anos, um diário de uma época da vida do leitor.”
Detalhes
“Meu livro do Rio” compila receitas tipicamente cariocas, como o “Cabrito do Nova Capela” e o “Bolinho de feijoada do Aconchego Carioca”. Também tem um álbum de figurinhas cariocas (Romário, Ewandro Mesquita, Preta Gil...), curiosidades históricas, listas de igrejas, comes e bebes, shows memoráveis, filmes, estátuas e “lugares incríveis que preciso mostrar que visitei”.
Os autores fizeram um recorte de lugares, coisas e personagens que acham representativos do Rio e com os quais se identificam. Os dados casam bem com o humor ferino de Drummond, que mostra, por exemplo, um casal fazendo uma selfie na praia. Ela diz: “Mô, tem um cocozão boiando ali...”. E ele responde: “Disfarça e sorri que a hashtag é #paraiso”.
Veja algumas ilustrações do livro
Uma das partes mais divertidas do livro é “Entenda o carioquês”. Alzer faz um glossário de palavras tipo “coé” (mesmo que “qual é”), “bolado” (não entender alguma coisa) e “sinistro” (pronuncia-se “sinixxxx-tro”). “Eu gosto muito de ‘mermo’ porque traduz sonoramente muito bem o gingado do carioca”, diz Alzer. “Eu mermo falo ‘mermo’!!! Hahaha...”
Luiz André Alzer e Bruno Drummond. Objetiva, 160 pp., R$ 29,90.
Uma coisa chama atenção: “Meu livro do Rio” se vende como uma forma de organizar “lembranças que ficam espalhadas em blocos, celulares e Facebooks”. Parece que Alzer e Drummond arquitetaram a vingança do volume de papel sobre os gadgets.
“É que no fundo eu gosto muito do mundo analógico”, diz o autor. “Tenho Facebook, Instagram, uso direto WhatsApp e computador, mas sou absolutamente fissurado pelo papel, por fotos impressas, jogos de tabuleiro, por tudo que é mais palpável.”
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