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“Rocky no País das Maravilhas”, tira em que Adão parodia o mundo criado por Lewis Carroll. | Reprodução
“Rocky no País das Maravilhas”, tira em que Adão parodia o mundo criado por Lewis Carroll.| Foto: Reprodução

Divas do cartum nacional desde 1986, os caubóis Rocky & Hudson, criação do cartunista gaúcho Adão Iturrusgarai, viraram livro em 2013 e foram publicados primeiro na Itália, Alemanha, França, Espanha e Estados Unidos.

O lançamento no Brasil será na Itiban Comic Shop, na quinta-feira (20). De sua casa na província argentina de Córdoba, Adão explica que o livro é uma coletânea maior e mais completa do que as que foram lançadas mercado europeu e no americano.

Adão:liberdade total para o humor.Divulgação

No livro, além das tiras publicadas em jornais e revistas e outras criadas especialmente para o volume, ainda há uma paródia da personagem Alice, de Lewis Carroll: “Rocky no País das Maravilhas”.

A dupla de caubóis foi criada no meio da década de 1980, quando Adão ainda morava no Rio Grande do Sul – 20 anos antes dos caubóis do filme “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee, que marcaram época no cinema. Ele ressalta que os personagens surgiram para contestar (e sacanear) os valores machistas da sociedade gaúcha, e da brasileira em geral.

“No início era para ser dois gaúchos gays. Mas aí achei meio redundante. [Risos] Decidi pelos caubóis porque é um símbolo universal.Acho que eles sobrevivem porque têm algo de atemporal”, diz.

Em 29 anos de existência, os caubóis de Adão foram bem aceitos pela comunidade gay.

“Li algumas críticas de blogs destinado ao público gay e são bem bacanas e favoráveis. Geralmente os caras curtem. Talvez pelo tom do humor, que não é ofensivo, sem deixar de ser politicamente incorreto”, diz.

Rocky & Hudson – Os Caubóis Gays

Adão Iturrusgarai. Zarabatana Books, preço a definir. Lançamento na quinta-feira (20), às 19 horas. Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim, 845), (41) 3232-5367.

Esse tema – o politicamente correto e suas implicações – não chega a abalar o humor de Adão. Mas quase. “Ah, não gosto de quem leva o humor a sério, que tenta discutir a profundidade dessa e daquela piada”, diz.

O humorista defende a liberdade total de expressão e de diversão.

“Acho que dá para fazer piada de tudo. Cada humorista tem seu tom. Alguns podem ser mais ofensivos que outros. Não vejo as “patrulhas” com bons olhos e acho que o politicamente correto acaba causando mais estragos”, diz Adão. “O mundo muda e o humor também muda.”

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