Nora Roberts vende 40 livros por minuto.
A estimativa é do Grupo Editorial Record, uma das três editoras que publicam livros da autora americana no Brasil. Agora, chega ao país Bruxa da Noite, o primeiro volume da trilogia Primos O’Dwyer, editado pela Arqueiro (selo da Sextante).
Os números podem não dizer tudo, mas ajudam a explicar o sucesso da escritora e a fama como uma das autoras mais populares do planeta.
Com livros publicados desde 1981 e com uma soma que chega a quase 200 títulos escritos e mais de 500 milhões de exemplares vendidos, Nora Roberts chegou a ser apontada por diversos críticos como a maior escritora de romances de todos os tempos.
Nora Roberts. Tradução de Maria Clara de Biase. Arqueiro, 320 pp., R$29,90 e 14,90 (e-book).
Para entender melhor: no Brasil, o termo “romance” é usado tanto para um vencedor do Nobel quanto para se referir a um romance vendido em bancas de revistas. Na literatura de língua inglesa, “romance” (novel) se refere a livros encorpados em tamanho, personagens e tramas, independentemente de relações sentimentais.
Os livros de Nora são romances (em português, seria algo como “romances românticos”), com histórias centradas em conflitos amorosos que quase sempre terminam bem.
Esses elementos fazem parte da receita milionária de Nora – a primeira mulher a integrar o Romance Writers of America Hall of Fame.
Com um público leitor esmagadoramente feminino, a escritora cria protagonistas mulheres, fortes e independentes, mas ladeadas por um tipo de figura masculina típica do imaginário popular romântico.
E eu, repórter, que acabo de ler pela primeira vez na vida um livro de Nora, pareço não estar tão errada assim. “Nora, como muitos já disseram, é uma pintora de palavras”, define Rosana Gutierrez, fundadora do clube virtual Nora Roberts Brasil, em atividade há 11 anos.
Aficionada pelos romances da americana, Rosana conta que as tramas das obras de Nora, muitas vezes sustentadas em aventuras e simbologias mitológicas e sobrenaturais, trazem sempre algo de diferente para o leitor.
Não poucas vezes, as histórias misturam o romance típico com elementos culturais fora do contexto dos Estados Unidos, como a Irlanda, de onde veio a família de Nora.
Mas o que faz esses romances serem mais bem-sucedidos do que outros do gênero? “Ela é muito detalhista sem ser enfadonha, e isso impressiona. Nora descreve os lugares com muita riqueza, e os personagens, homens e mulheres, recebem muitos detalhes de caráter psicológico”, diz Rosana. “São pequenas sutilezas.”
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