Depois de fazer fama na televisão e de escrever para teatro (“Como nossos Pais”), Pedro Henrique Neschling se lançou no temido mundo dos romances - escrita de longo percurso que exige uma coesão narrativa bastante particular. Ele tem hoje 33 anos, e aborda em “Gigantes” a história de cinco amigos que passam pelo amadurecimento de seus sonhos. “Não é biográfico”, garante - mas, na trama, é impossível não se identificar em pelo menos algum momento com as desilusões dos personagens.
Em entrevista à Gazeta do Povo concedida por e-mail, ele conta que enfrentou o desafio de lançar o livro tentando esquecer a experiência no palco - sem pensar, portanto, numa possível adaptação para teatro. Ele não exclui a ideia, mas afirma que não seria o adaptador de seu próprio texto. Leia abaixo o que o autor conta sobre a obra:
“Gigantes” é uma obra de ficção, não há nada biográfico na história. Agora, muito do que acontece com os cinco personagens é facilmente reconhecível nas vidas de todos nós e das pessoas ao nosso redor por se tratar de um livro sobre amadurecimento, sobre a passagem do fim da adolescência ao início da maturidade adulta, quando nos aproximamos dos trinta. São experiências quase “universais”, digamos, muito próximas de todos.
Justamente por transitar entre diversas funções ao longo da minha carreira, quando fui escrever meu primeiro romance tentei ao máximo me isolar das experiências anteriores como dramaturgo e roteirista para embarcar na linguagem literária com mais profundidade. Queria, em “Gigantes”, escrever um livro que absorvesse as pessoas durante a leitura, sem pensar em futuras adaptações. Agora, com o trabalho pronto e no mundo, muita gente tem me perguntado sobre esse possível próximo passo, especialmente pelas características da história. É bem possível que uma adaptação aconteça daqui a pouco, mas eu certamente não serei o responsável por ela.
Essa resposta rende um novo romance. As coisas têm mudado cada vez mais rápido dos fim dos anos 90 para cá. A evolução tecnológica é mais veloz a cada dia, e nós vamos correndo para lá e para cá tentando nos adaptar às constantes novidades. Acho que a grande diferença é que essa garotada dos anos 2000 já nasceu conectada, não tiveram nenhum contato com o mundo pré-internet. Isso já gera uma mudança radical nas relações deles com as pessoas e com o mundo de uma forma geral.
LIVRO
Pedro Henrique Neschling. Ed. Paralela. 232 pp. R$ 34,90.
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