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Escritora já vendeu mais de 1 milhão de livros no Brasil e, no ranking  de 2016, só perde (por enquanto) para livro mais recente do Padre Marcelo Rossi. | Stine Heilmann/Divulgação
Escritora já vendeu mais de 1 milhão de livros no Brasil e, no ranking de 2016, só perde (por enquanto) para livro mais recente do Padre Marcelo Rossi.| Foto: Stine Heilmann/Divulgação

no cinema

Jojo participou ativamente da produção do longa “Como Eu Era Antes de Você”. Votou inclusive na escolha do elenco. “Tive direito à opinar nos seis casais finais que disputaram os papéis de protagonistas. Estou feliz em dizer que todos nós concordamos com Sam (Claflin, o Will) e Emilia (Clarke, a Lou).

Jojo Moyes está nas nuvens, e, à moda das mocinhas de suas histórias, rejeita o jeito blasé e não tenta disfarçar sua animação com tudo isso. E tem fotos no Instagram para provar o quanto está se divertindo. A autora britânica saboreia, ao mesmo tempo, lideranças em listas de best-sellers ao redor do mundo e a bem-sucedida estreia de “Como Eu Era Antes de Você”, filme baseado no livro homônimo, sua menina dos olhos entre os 13 que já lançou. “Não consigo nem dizer o quanto sou grata por estar onde estou. Eu fui uma escritora sem sucesso algum por um longo tempo e agora eu agradeço a Deus todos os dias”, conta Jojo, em entrevista por e-mail.

O livro, lançado em 2012, se tornou o favorito imediato porque foi o que Jojo menos implicou depois de lançado. “Há defeitos. Eu apenas noto menos do que nos outros livros”. Mas os motivos do amor vão além. “Provavelmente é o meu preferido porque é o livro que mudou a minha vida profundamente e deu as oportunidades que tenho agora”, reflete ela.

O título é líder dos best-sellers do New York Times, onde está há 18 semanas, e é, até agora, o segundo mais vendido do ano no Brasil, atrás apenas de “Ruah”, do Padre Marcelo Rossi. Outro recorde do ano é o de mais vendido em uma única semana, com 16.114 exemplares. Juntando todos os seus livros traduzidos para o português, ela comercializou 1 milhão de cópias no Brasil. Mais da metade desse total corresponde a “Como Eu Era Antes de Você”. Além deste livro, entraram na lista dos best-sellers de ficção desta semana “Depois de Você”, “A Última Carta de Amor”, “A Garota que Você Deixou para Trás” e “Baía da Esperança”.

O filme, dirigido por Thea Sharrock, arrecadou bilheteria de mais de US$ 58 milhões no mundo todo desde sua estreia internacional, em 3 de junho. No Brasil, após pré-estreia no Dia dos Namorados, o filme entrou em cartaz na quinta-feira (16).

Com tanta aceitação – de público, sobretudo – ela não planeja uma guinada em sua literatura para cair no gosto da crítica especializada. “Eu só escrevo histórias que me interessam. Eu acho que tentar agradar à crítica é estar a meio caminho da loucura”, conta ela.

De repórter a roteirista de cinema

No filme

Jojo participou ativamente da produção do longa-metragem derivado de “Como Eu Era Antes de Você”. Votou inclusive na escolha do elenco. “Tive direito à opinar nos seis casais finais que disputaram os papéis de protagonistas. Estou feliz em dizer que todos nós concordamos com Sam (Claflin, o Will) e Emilia (Clarke, a Lou), principalmente por causa de sua extraordinária química”.

Jojo trabalhou dez anos como jornalista. Fez carreira no The Independent, mas também foi repórter em um jornal de Hong Kong por um ano. Deixou as redações em 2002, quando lançou o primeiro livro, “Em Busca de Abrigo”. Em 2016, estreou como roteirista de cinema e transpôs ela mesma a história de Will Traynor e Louisa Clark para as telonas. ”Jornalismo foi um excelente treinamento para aprender a ver histórias em todos os lugares”, conta ela.

Ele compara as diferentes funções no mundo das letras a que se dedicou. “O trabalho de um repórter é tentar contar os fatos da maneira mais eficiente possível e reter o interesse do leitor além do primeiro parágrafo. Até certo ponto, você faz a mesma coisa em um livro: experimenta maneiras de manter o leitor com você. Escrever roteiros é uma coisa totalmente diferente porque você tenta ser a câmera, o diretor, o ator, tudo ao mesmo tempo. O que têm em comum, é claro, é que dependem de sua habilidade de fazer uma boa história”.

Jojo garante que nunca usou material colhido em reportagens ou histórias de conhecidos. “Essa é a maneira mais rápida de perder amigos que eu posso imaginar. O que é interessante, porém, é que frequentemente as pessoas se veem nos meus personagens – apesar de eu achar que eles não são parecidos de maneira alguma”, relata.

Chick lit?

Chick lit, traduzido como “literatura de mulherzinha” é o termo usado comumente para categorizar o trabalho de Jojo Moyes, que conta com protagonistas bem gente como a gente e tramas que invariavelmente descambam para as lágrimas. Ela dispensa o título, porém. “Eu não sou desesperadamente fã do termo chick lit porque frequentemente é usado para descrever algo formulaico e preguiçoso e, seja lá o que você pense do meu trabalho, eu me esforço para evitar essas duas coisas”, conta ela. “Eu estou feliz que as pessoas estejam lendo os livros, não importa como escolham chamá-los”, pondera.

Jojo diz que nunca enfrentou ataques abertamente machistas desde que ganhou destaque. Mas observa que há menos críticas de livros de escritoras e ainda menos mulheres na função de críticas literárias.

“Beijos”!

Jojo está trabalhando em um livro novo, mas não quis adiantar o tema. “O processo ainda está muito no início para eu revelar algo”.

Impressionada com a “paixão” dos leitores brasileiros, ela pensa em marcar uma visita num futuro próximo. “A primeira coisa que eu notei nos fóruns de livros era como eles se despediam em suas mensagens com ‘beijos’. Isso não acontece na Inglaterra! Os brasileiros provavelmente são os mais entusiasmados de todos os meus leitores e parecem levar Will e Lou em seus corações. Então, obrigada Brasil! ”

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