Bruce Willis e Joseph Gordon-Levitt vivem o mesmo personagem em dois tempos distintos| Foto: Divulgação

Cinema

Looper – Assassinos do Futuro

(Looper. Estados Unidos/China, 2012). Direção de Rian Johnson. Com Bruce Willis, Joseph Gordon-Levitt e Emily Blunt. Paris Filmes. 119 minutos. Classificação indicativa: 16 anos. Apenas para locação. Ficção Científica.

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No conto de ficção científica "Um Som de Trovão", o escritor norte-americano Ray Bradbury (1920-2012) defende a tese de que uma viagem no tempo, rumo ao passado, pode trazer consequências definitivas, alterando, talvez de forma definitiva, os rumos do futuro. O talentoso cineasta Rian Johnson (de Brick) parte desse mesmo princípio em seu terceiro longa-metragem, Looper – Assassinos do Futuro, já nas locadoras nos formatos DVD e Blu-ray.

O ótimo Joseph Gordon-Levitt (de 500 Dias com Ela e Lincoln) vive o papel de Joe, integrante de um esquadrão de exterminadores, chamados Loopers, pagos para matar vítimas enviadas do futuro. Essas pessoas são mandadas ao passado, no ano de 2042, onde são eliminadas por esses assassinos, pagos com barras de prata pelo serviço. Estão sempre encapuzadas e trazem no corpo o pagamento.

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Joe, que espera usar as tais barras para financiar uma viagem à França, o país de seus sonhos, vai descobrir os perigos da manipulação do tempo quando se vir diante de uma versão 30 anos mais velha de si mesmo, diretamente transportada do ano de 2072.

O velho Joe, vivido por Bruce Willis (da franquia Duro de Matar), chega ao jovem como mais um a ser eliminado, e vai colocar a vida de ambos em desalinho. Diante de sua encarnação madura, o matador hesita e a deixa escapar.

No futuro, viajar no tempo já é tecnicamente possível, porém, não é permitido. Ainda assim, um homem misterioso, à frente de um grupo de exterminadores, utiliza-se da tecnologia para eliminar seus desafetos sem deixar vestígios. Suas razões, a trama vai revelando aos poucos, sem pressa.

Gordon-Levitt, cujo rosto foi alterado em um brilhante trabalho de maquiagem para se parecer com Willis, mostra por que é um dos jovens atores mais requisitados em Hollywood hoje. Alterna vigor e vulnerabilidade como poucos. Além de ter feito ótimas escolhas nos últimos tempos.

Apoiado por um roteiro original e muito bem construído, no qual a ação é orgânica e não um fim em si mesma, Johnson realiza mais um thriller que, como Brick, não se contenta em requentar clichês. Looper – Assassinos do Futuro os recicla e subverte, oferecendo um filme cheio de frescor e eletrizante.

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