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Los Hermanos: reencontro aguardado pelos fãs. | Divulgação
Los Hermanos: reencontro aguardado pelos fãs.| Foto: Divulgação

Com um clima de festival inglês, aquela forma de reciclar a antiga utopia hippie em uma locação bucólica, quase uma fazenda (mas com serviços do século 21), o festival Just a Fest começou tranquilo na Chácara do Jockey, na zona sul de São Paulo. O grupo Los Hermanos abriu seu show no horário programado, às 18h30, com a canção Todo Carnaval Tem Seu Fim, mostrando que tornou-se de fato um dos maiores fenômenos do pop rock brasileiro dos últimos anos: a cada música que se seguia, o público cantava a plenos pulmões os refrões.

Com todos de camisa xadrez, como lenhadores barbudos de filme da Disney, o grupo Los Hermanos reunia-se pela primeira vez desde o rompimento da banda, há um ano, e não há sinais de que seja um reatamento definitivo. Mas o público - parte em estado de êxtase, alguns em histeria, não cansava de pedir que permanecessem juntos por mais tempo. Só lá pela quarta música é que o vocalista e guitarrista Rodrigo Amarante (que atualmente excursiona com seu novo grupo, o Little Joy), formado com o baterista dos Strokes, Fabrizio Moretti, quebrou o gelo e disse algo a respeito do pedido do público.

"Ó nóis aqui! Ah, que ventinho bom", afirmou Amarante. Apoiado por uma seção de metais, o grupo enfrentou um problema de equalização sonora no início, mas o som foi se firmando e foi ficando quente o duelo vocal entre Marcelo Camelo (vocal e guitarra) e Amarante, que se esgoelavam para convencer com mais força da verdade de suas intenções. Pouco falaram ou trocaram olhares entre eles e mal falaram com o público.

O clima ameno (mais para o frio do que para o tórrido calor dos últimos dias), ajudava e prometia uma noite agradável no velho hipódromo, que estava mais do que aparelhado para receber 30 mil pessoas na jornada (público estimado para o show, que teve ingressos esgotados). Havia banheiros químicos em quantidade suficiente (coisa rara para um festival brasileiro), a sujeira produzida estava sendo recolhida prontamente e não havia principalmente aquela vergonha de uma "área VIP" na frente do gramado, empurrando a maior parte do público para uma distância inaceitável de seus ídolos. O preço era único, a atenção era equitativa, e o visual "indie" predominava na grande pista: camisetas, bonés, chapéus, tênis allstar e camisas xadrez

O acesso à região do Jockey Club ficou um pouco complicado para quem veio de carro, porque foi interditada em determinado ponto a Avenida Francisco Morato - o trânsito todo era desviado para a Avenida Eliseu de Almeida, o que causou um certo engarrafamento. Para quem foi de táxi ou ônibus a chegada foi mais tranquila. A entrada no Jockey também não causou grandes reclamações, ao menos até o início dos primeiros shows.

O próximo grupo a entrar no palco do Just a fest seria a banda alemã Kraftwerk, formada em Dusseldorf em finais dos anos 1960, e que antecipou a música eletrônica pop como a conhecemos hoje. A atração principal era a banda inglesa Radiohead, em turnê de promoção de seu disco de 2008, In Rainbows. O líder do Radiohead, Thom Yorke, chegou a circular pelos bastidores e deu uma conferida no som dos seus colegas de noitada, para delírio dos fãs que o reconheceram quando passou pela lateral do palco. Curiosamente, Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead são três bandas que, ao longo da carreira, fugiram desesperadamente do sucesso massivo, mas sem êxito - as plateias do mundo todo os adoram.

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