Principal nome do rock alternativo brasileiro na primeira metade da década passada, a banda carioca Los Hermanos tocou na Pedreira Paulo Leminski nesta sexta-feira (16), em sua segunda passagem por Curitiba desde que encerrou as atividades, em 2007.
Em mais uma reunião temporária, Marcelo Camelo (guitarra, baixo e voz), Rodrigo Amarante (guitarra, baixo e voz), Rodrigo Barba (bateria) e Bruno Medina (teclado) voltaram a tocar as canções mais cultuadas dos quatro discos que lançaram entre 1999 e 2005.
Confira fotos do show do Los Hermanos
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Leia a matéria completaUma parte aparentemente significativa do público que encheu a Pedreira na noite de sexta ainda era criança quando o grupo parou. Contando a passagem dos cariocas pelo festival Lupaluna, em 2012, esta foi a segunda chance de vê-los juntos por aqui.
Outra parte pode ter acompanhado a trajetória da banda no começo dos anos 2000, quando os músicos recusaram a trilha “comercial” aberta por sucessos como “Anna Julia” e “Primavera” para investir no cenário alternativo, conquistando, aos poucos, um séquito fiel.
Para estes dois extremos – os que queriam ver e os que queriam se lembrar –, o repertório do show foi generoso. Acompanhados por uma coro capaz de seguir (e encobrir) cada verso das letras e também cada nota dos arranjos, os cariocas reuniram tudo o que seus shows tinham de mais forte – de “O Vencedor”, espécie de hino motivacional do disco “Ventura” (2003) que abriu a apresentação, às 21h50; a petardos do pesado disco de estreia da banda, em 1999, como “Quem Sabe”, já no fim do show, que terminou perto da meia-noite.
Em uma apresentação de poucas palavras além de alguns agradecimentos (e homenagens a Paulo Leminski), nenhuma das músicas mais veneradas, como “Além do Que Se Vê” e ”Sentimental”, ficaram de fora.
Alternando canções de sonoridade mais rock com outras mais abertamente inspiradas na MPB – mistura que definiu, em parte, o estilo e o “legado” do grupo – , os músicos fizeram um panorama bem preciso do que o Los Hermanos foi. Dentro da crueza sonora e da musicalidade elementar de parte da banda, eles desempenharam bem – sem, como era de se esperar, a mesma convicção que mostravam quando tinham acabado de colocar para fora a poesia, os discursos e os conflitos nestas canções de no mínimo dez anos atrás. Isso, assim como esperar que eles se reúnam para trabalhar em algo novo, seria pedir demais – ao menos enquanto ainda tiver tanta gente querendo ouvir tudo de novo. É gente capaz de encher uma Pedreira.
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