O cineasta francês Luc Besson, conhecido mundialmente por blockbusters como "O Quinto Elemento" e "Joana D'Arc", disse que seus filmes são mais criticados em seu próprio país porque não são vistos como "franceses o bastante".
O diretor disse à Reuters nesta sexta-feira que diversas vezes lutou contra o ceticismo e a falta de visão quando tentava encontrar apoio para seus projetos na França.
"Toda vez em que tento fazer um filme, a primeira reação que obtenho dos franceses... é sempre a mesma reação que você tem com o povo francês: c'est pas possible", disse durante uma entrevista na capital sueca.
"É verdade - Subway, Imensidão Azul, todos esse filmes não eram bem o que os franceses queriam, não são franceses o bastante. Então, eu tenho que lutar um pouco, e me acostumei a isso".
Besson fez sucesso nas bilheterias com seus filmes espetaculares, mas costuma ser recebido friamente pelos críticos, que o veem como alguém que favorece o estilo sobre a substância.
"No meu caso, por exemplo, na França, eles (os críticos) algumas vezes gastam 3, 4, 5 páginas para dizer como meu filme é ruim, mas na próxima página você tem 10 linhas sobre esse pequeno filme que eles acham ser uma obra-prima", disse.
O parisiense Besson, descrito em um jornal como o mais Hollywoodiano dos cineastas franceses, disse que não se preocupa com o fato de não ser bem recebido pela indústria do cinema da França.
"Não é esse o objetivo, não nos importamos tanto", disse. "Somos talvez a primeira geração de uma grande mistura étnica -- eu vejo filme americano, como sushi, ouço música inglesa. Sou um pouco americano, um pouco chinês, um pouco sueco e um pouco francês", disse, sorvendo chá em seu quarto em um hotel de Estocolmo.
Besson já experimentou uma série de gêneros, da ação ao drama e à ficção-científica. Seu último trabalho, "Arthur e a Vingança de Maltazard", é um filme infantil que usa imagens geradas por computador e será lançado no início de dezembro.
Questionado se havia um filme obrigatório - além dos que ele fez - para recomendar a fãs, Besson deu uma lista de três: a comédia norte-americana "Juno", o vencedor do Oscar "Pequena Miss Sunshine" e o drama alemão "A Vida dos Outros".
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