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O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrenta um câncer na laringe, agradeceu neste sábado (18) a homenagem feita a ele pela escola de samba Gaviões da Fiel no carnaval de São Paulo e explicou que não poderá desfilar por orientação médica.

"Agradeço de coração a homenagem que me fazem ao dedicar o desfile deste ano a minha história", disse Lula, de 66 anos, que saiu na sexta-feira do hospital dessa cidade depois uma semana internado, ao concluir o tratamento de quimioterapia e radioterapia contra o câncer que foi diagnosticado em outubro.

"Não é uma homenagem pessoal, mas sim uma homenagem a todos aqueles que, assim como eu, tiveram que enfrentar dificuldades, sair de sua terra natal e trabalhar duro para construir uma vida melhor e um país mais justo e solidário", declarou Lula em um vídeo divulgado por seu Instituto Cidadania.

O ex-presidente do Brasil disse que o que mais gostaria de fazer era participar com sua esposa Marisa do desfile dedicado a sua vida na Gaviões da Fiel, a escola de samba do Corinthians, time pelo qual torce.

"Mas nessa fase final do tratamento é importante seguir a recomendação dos médicos, para, em pouco tempo, cantar com muita força nosso samba-enredo", afirmou Lula, que prometeu acompanhar atentamente o desfile pela televisão e "torcer muito" por sua escola.

Há uma semana, Lula foi internado por fadiga e perda de apetite, consequências do tratamento contra o câncer, e recebeu alta na sexta-feira, depois de sua última sessão de quimioterapia.

A Gaviões da Fiel desfilará na noite de sábado no sambódromo de São Paulo no segundo e último dia dos desfiles do carnaval na capital financeira do país.

"Vamos falar de Lula em analogia com o povo. (Para mostrar) que qualquer cidadão comum pode chegar onde ele chegou. Basta ter perseverança, vontade, estudar muito e perseguir seus objetivos", afirmou Delmo de Moraes, diretor da Gaviões da Fiel, à AFP.

Depois de chegar aos sete anos com sua mãe analfabeta e seus irmãos à metrópole paulista, Lula trabalhou como vendedor ambulante e engraxate, se formou como torneiro mecânico e, no final da década de 1970, se transformou no líder sindical que coordenou uma histórica greve que desafiou a ditadura (1964-85).

Em 2003 foi eleito presidente e durante seus dois mandatos consecutivos incentivou vários programas sociais que tiraram da pobreza cerca de 29 milhões de pessoas. Lula deixou o governo com popularidade recorde de 80%.

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