Mostras
Lugar inComum e Cor, Cordis
Museu de Arte Contemporânea (R. Desembargador Westphalen, 16 Centro), (41) 3323-5328. Inauguração hoje, das 17 às 20 horas. Visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas. Sábados e domingos, das 10 às 16 horas. Entrada franca. Até 14 de julho e 22 de setembro, respectivamente.
Mesmo mantendo contato frequente e pensando projetos conjuntos, as artistas Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto se encontraram de fato, pela primeira vez, para a montagem da exposição Lugar inComum, que abre hoje no Museu de Arte Contemporânea (MAC). Apesar das abordagens artísticas distintas, as três tratam em seus trabalhos de um tema comum: a paisagem urbana. Além da exposição das artistas, o MAC inaugura a mostra Cor, Cordis, com obras do acervo.
Vencedora do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea em 2011, Erica apresenta a releitura de um jardim japonês feito de grama sintética com pedras em resina. "Eu quebro esse conceito do sagrado com os materiais, é um jardim pop", define a artista. A linguagem do trabalho de Sandra Hiromoto também remete ao pop e à arte de rua: ela interviu com estêncil em uma parede de quatro metros de extensão do MAC. Desde 2010, aliás, a artista tem se dedicado ao tema arte urbana, com intervenções na Galeria Júlio Moreira e no recém-inaugurado Villa Hauer Cultural, espaço de arte autônomo no bairro Hauer.
"Não é somente o spray, mas também pintura com pinceladas soltas", explica Sandra, que mistura na imagem elementos da cidade, como postes e letras de placas. "Tenho paixão por cidade, o olhar urbano me interessa."
Já o trabalho de Julia apresenta o aspecto mais tradicional da pintura, utilizando a pedra como tema, símbolo que representa a longevidade na cultura oriental, mas que, para a artista, tem o significado de introspecção.
Humanos
Obras que tratam das relações afetivas estão em Cor, Cordis, com curadoria de Angélica de Moraes, que selecionou cerca de 50 obras do acervo do MAC para ocupar as salas do espaço. A mostra começa com uma reunião de obras acadêmicas e contemporâneas que tem a araucária, símbolo do estado, como tema central.
A curadora procurou, ainda, estabelecer um diálogo entre as artes plásticas e a literatura: citações de Paulo Leminski, Sigmund Freud e Simone de Beauvoir são vistas nas paredes. "Também busquei obras do acervo que são pouco vistas", diz Angélica.
Obras de paranaenses como Eliane Prolik e de outros artistas brasileiros (Thomaz Ianelli e Alex Flemming são alguns exemplos) integram a exposição, que traz pinturas, fotografias, instalações e vídeos, como o do artista Elyeser Szturm sobre o Faxinal das Artes, evento de artes plásticas realizado no começo dos anos 2000 em Faxinal do Céu. Há, ainda, uma série do artista Laércio Redondo com diferentes gravações de pessoas falando sobre as suas canções favoritas. "É muito bacana, pois o espectador consegue ouvir aquela música e acompanhar as reações da pessoa", destaca Angélica.