O trailer da nova versão de “MacGyver” (ou “Profissão Perigo” para os que acompanhavam a Sessão Aventura na Globo nos anos 1980), detonou uma série de memórias para quem vivia grudado na telinha nessa década.
Richard Dean Anderson, que interpretou o agente secreto Angus MacGyver de 1985 a 1992, dá espaço agora a Lucas Till, jovem ator da série “X-Men”: interpretou o Destrutor em “Primeira Classe” (2011), “Dias de um Futuro Esquecido” (2014) e “Apocalipse”, recém-lançado.
Confira abaixo a lista de séries queridas pelos brasileiros há (cerca de) 30 anos e exibidas na Globo, na Record, no SBT e até na extinta TV Manchete.
“Alf, o ETeimoso” (ALF)
Produção: de 1986 a 1990
Exibição no Brasil: a partir de 1987
Uma das comédias mais queridas pelos brasileiros, acompanhava a rotina de um extraterreste que logo se torna parte da família Tanner, tipicamente americana. Alf (alien life form, ou forma de vida alienígena) segue um sinal de rádio amador e acaba caindo na Terra. Ele acaba de perder seu planeta, Melmac, que explodiu num episódio nuclear. Irônico e voluntarioso, o novo integrante não aparece para os vizinhos e vive tentando comer o gato da família. Na versão em português, Alf é dublado por Orlando Drummond, o seu Peru da “Escolinha do Professor Raimundo”.
“Águia de Fogo” (Airwolf)
Produção: de 1984 a 1987
Exibição no Brasil: a partir de 1985
A história era baseada em um filme e tinha como “protagonista” um helicóptero cheio de funções, assim como “Trovão Azul”, mas teve mais audiência e foi ao ar por quatro temporadas. Contava a história das missões da equipe que pilotava um helicóptero de velocidade supersônica, com visão infravermelha, computadores, canhões de mísseis e outras firulas militares. O pano de fundo era a Guerra Fria. A trama começa quando Stringfellow Hawke (Jan-Michael Vincent) é convocado pela CIA para recuperar a Águia de Fogo, que estava desaparecida na Líbia. Seu único amigo é Dominic Santini (Ernest Borgnine), que o acompanha nas missões.
“Anjos da Lei” (21 Jump Street)
Produção: de 1987 a 1991
Exibição no Brasil: a partir de 1987
Johnny Depp alavancou a série no início de sua carreira. No papel de Tom Hanson, ele era o principal rosto da trama que mostrava a rotina de jovens policiais que se infiltravam nas escolas para desmantelar organizações criminosas. Um tanto resistente, Depp assinou contrato de seis anos, mas conseguiu a rescisão na quarta temporada e abandonou a série, que foi cancelada pouco depois porque perdeu audiência. O título veio do local onde o grupo de tiras fazia suas reuniões: numa igrejinha abandonada na Jump Street, 21. A história inspirou dois filmes, com Channing Tatum e Jonah Hill, lançados em 2012 e 2014.
“Anos Dourados”
Produção: 1986
Escrita por Gilberto Braga e dirigida por Roberto Talma, a minissérie ambientada nos anos 1950 falava sobre virgindade, divórcio e libertação feminina, entre outros temas embalados por uma trilha sonora que tinha The Platters, Maysa e Tom Jobim. Lurdinha (Malu Mader) se apaixona por Marcos (Felipe Camargo) à primeira vista, mas esconde o namoro dos pais, extremamente conservadores, porque a mãe do rapaz é separada.
“Armação Ilimitada”
Produção: de 1985 a 1988
Não se engane de novo: Kadu Moliterno era Juba, André DiBiase era Lula. Inovadora na estética e conteúdo, a série criada e escrita por Antonio Calmon, Euclydes Marinho, Nelson Motta e Patricia Travassos não menosprezava a inteligência do público jovem, a quem foi direcionada, e se aproveitou do período de abertura político. Começou como periodicidade mensal e logo começou a ser exibido semanalmente graças à audiência. A premissa simples era uma boa desculpa para misturar boas cenas de ação com experimentações de linguagem. Juba e Lula eram sócios da agência Armação Ilimitada e faziam “de tudo”: de investigações a resgates. Os amigos dividiam apartamento e viviam um triângulo amoroso com a repórter Zelda Scott (Andrea Beltrão). O quarto personagem principal era Bacana (Jonas Torres), garoto criado pelo trio e o mais maduro de todos.
“Changeman” (Dengeki Sentai Changeman)
Produção: de 1985 a 1986
Exibição no Brasil: a partir de 1988
Gênese dos Power Rangers, o programa japonês do gênero tokusatsu (de super-heróis) mostrava um grupo de cinco defensores da Terra que tinham poderes de animais lendários como dragão, fênix, grifo, pégaso e sereia. Em conjunto, eles lutavam contra o senhor Bazoo, do planeta Gôzma, que queria conquistar a Terra. Entendeu? Se não, vai ser possível cobrir essa falha curricular e esmiuçar os episódios via streaming, já que a expectativa é de que o Netflix reunirá episódios desses e de outros heróis da terra do sol nascente.
“Dama de Ouro” (Lady Blue)
Produção: 1985
Exibição no Brasil: a partir de 1987
A série foi cancelada ainda no meio da primeira temporada, considerada muito violenta para a época. Trata-se de uma precursora dos dramas policiais que se sustentam aos montes desde o início da última década. Katy Mahoney (Jamie Rose) é uma detetive durona de Chicago que tenta sair da sombra do pai e do irmão, ambos policiais que morreram em serviço. A história foi tão popular no Brasil que gerou até paródia. Debora Bloch viveu a personagem Kate Machone (igualmente ruiva) no episódio “Dama de Couro”, de “TV Pirata”.
“Duro na Queda” (The Fall Guy)
Anos de produção: de 1981 a 1986
Exibição no Brasil: a partir de 1983
Colt Seavers (Lee Majors) se divide entre a carreira de dublê e missões como caçador de recompensas. Na equipe, seu primo Howard Munson (Douglar Barr) e Jody Banks (Heather Thomas). A série foi um estrondoso sucesso no mercado dos brinquedos: Colt e Howard viraram bonecos e até a caminhonete 4x4 utilizada pelo personagem ganhou sua versão para
“Esquadrão Classe A” (The A-Team)
Produção: de 1983 a 1987
Exibição no Brasil: a partir de 1984
Acusados de um crime que não cometeram, veteranos do Vietnã escaparam de uma prisão de segurança máxima e se esconderam em Los Angeles. Formaram então um grupo de mercenários. Uma narração na abertura explicava bem o tom da trama: “Se você tem um problema, se ninguém pode ajudá-lo e se você puder achá-los, talvez você possa contratar o Esquadrão Classe A”. O elenco contava com George Peppard (Coronel “Hannibal” Smith), Dirk Benedict (Tenente Templeton “Cara-de-Pau” Peck), Dwight Schultz (Capitão H.M Murdock) e Mr. T, aquele do “I pity the fool”, que interpretava o Sargento Bosco “B.A” Baracus. A trama também virou história em quadrinhos e um filme, de 2010, com Liam Neeson e Bradley Cooper.
“A Gata e o Rato” (Moonlighting)
Produção: de 1985 a 1989
Exibição no Brasil: a partir de meados dos anos 1980
Bruce Willis já teve cabelo e era um dos principais astros dos anos 1980 – mas da televisão. Essa foi a série que deu um grande empurrão à sua carreira e já começa a delinear um dos tipos mais presentes em sua cinematografia: o do durão cínico. Na história, a modelo Maddie (Cybil Shepherd) perde quase todos os seus bens após levar um golpe de seu empresário. A única coisa que lhe resta é a agência de detetives particulares City Angels, que depois ganha o nome de “Blue Moon” e é dirigida por David Addison (Willis). Na última década, Cybil teve papéis nas séries “Psych” e “The Client List”.
“Jaspion” (Kyojuu Tokusou Jaspion)
Produção: 1985 a 1986
Exibição no Brasil: a partir de 1988
Jaspion (Hikaru Kurosaki ) é um garoto humano criado no planeta Edin após ser o único sobrevivente de um acidente com uma nave espacial. Na adolescência, aprende a usar equipamentos que seu pai construiu para que ele seja o guerreiro que vai destruir as forças do mal. Além de uma armadura feita de um metal resistente, ele pilota a nave espacial Daileon, que se transforma em um robô enorme nas lutas contra Satan Goss, que quer formar um império de monstros. Como companhia, ele tem a androide Anri. A expectativa é que a série também entre no catálogo do Netflix.
“Magnum” (Magnum P.I.)
Produção: de 1980 a1988
Exibição no Brasil: a partir de 1982
Thomas Sullivan Magnum III (Tom Selleck) é um veterano do Vietnã e ex-oficial da Marinha que larga tudo para ser investigador particular no Havaí. Ele ocupa a mansão do escritor Robin Masters (que nunca apareceu na série) em troca de trabalhar como segurança da propriedade. Apesar de o tom da série ser ação, os momentos em que o investigador tinha de lidar com o mordomo inglês Higgins (John Hillerman) e a dupla de dobermans da casa garantem sequências cômicas e inteligentes. Hedonista, Magnum trabalhava quando queria, vivia de bermuda e camisa florida, não se amarrava a nenhuma mulher por muito tempo e dirigia uma Ferrari. De quebra, o bigodão de Selleck virou moda.
“Manimal”
Produção: 1983
Exibição no Brasil: a partir de meados da década de 1980
De curtíssima duração – com apenas oito episódios – a série abusava do que havia disponível em termos de efeitos especiais na época, como... chroma key e máscaras feitas a partir de moldes de gesso. A premissa é bem bobinha, mas agradou em cheio e tornou-se cult, sobretudo por não ter tido vida longa. Especialista em comportamento animal em Nova York, Jonathan Chase, (Simon MacCorkindale) é capaz de se transformar em qualquer bicho, graças a uma técnica aprendida com seu pai. Ele usa a habilidade para ajudar a polícia e capturar criminosos.
“Miami Vice”
Produção: de 1984 a 1989
Exibição no Brasil: a partir de 1986
A série, que provavelmente tinha os policiais mais bem vestidos da televisão nos anos 1980, mostrava a rotina de uma divisão especial da polícia de Miami, responsável por crimes como drogas e prostituição. Os principais detetives eram Sonny Crockett (Don Johnson) e Rico Tubbs (Philip Michael Thomas). O produtor-executivo Michael Mann trouxe para a série uma produção de cinema, com enquadramentos diferenciados e trilha sonora da época, como Depeche Mode. Em 2006, Mann levou sua série ao cinema, em um longa estrelado por Colin Farrell e Jamie Foxx.
“Moto Laser” (Streethawk)
Produção: 1985
Exibição no Brasil: a partir de meados dos anos 1980
Outro super veículo, nem parece que a motocicleta Streethawk teve vida curta: durou apenas 13 episódios, mas inspirou até a criação de um Autorama no Brasil. Projetada pelo governo americano e pilotada pelo policial Jesse Mach (Rex Smith), a moto chegava a mais de 200 km em segundos e era equipada com metralhadoras e, claro, laser.
“Primo Cruzado” (Perfect Strangers)
Produção: de 1986 a 1993
Exibição no Brasil: a partir de 1987
A série é um exemplo de como as séries ganhavam uma ‘cor local’ quando eram exibidas no Brasil nos anos 1980. Larry Apleton (Mark Linn-Baker) sai da casa dos pais, no Wisconsin, para focar na carreira de fotógrafo, em Chicago. Mas logo tem de abrigar um primo distante, Zeca Taylor (Bronson Pichot), que não tem traquejo algum para morar na cidade. Partindo dessa premissa, a versão brasileira transformou o primo, um nativo de uma ilha mediterrânea, em um moço meio caipira vindo de... Minas Gerais! Além do sotaque (com direito a expressões como “Larga a mão de ser besta, sô!”), o nome do personagem foi alterado: no original, ele se chama Balki Bartokomous. Pichot, que fez pontas nos dois primeiros “Um Tira da Pesada”, hoje também é narrador de audiolivros.
“Punky – A Levada da Breca” (Punky Brewster)
Produção: de 1984 a1988
Exibição no Brasil: a partir de meados dos anos 1980
Prepare-se: você vai se sentir velho. Soleil Moon Frye, a atriz que interpretava Punky Brewster, faz 40 anos em agosto deste ano e acaba de dar à luz ao quarto filho. A história tinha um ponto de partida dramático: uma garota abandonada pelos pais encontra abrigo em um apartamento vazio e é enviada ao juizado de menores por Arthur Bicudo (George Gaynes, o comandante Lassard de “Loucademia de Polícia”). Mas o homem fica comovido com a história e resolve adotá-la. Junto com uma família, ela ganha uma turma de amigos. O SBT, que exibia a série, também abusou da licença poética ao verter a história ao português. Arthur, no original, era Henry. Assim como Cátia, a melhor amiga, se chamava Cherie.
“Super Máquina” (Knightrider)
Produção: de 1982 a 1986
Exibição no Brasil: a partir de 1983
A série começa quando o veterano do Vietnã Michael Arthur Long leva um tiro que desfigura seu rosto. Resgatado pelo milionário Wilton Knight (Richard Basehart) ele tem suas feições reconstituídas por um cirurgião plástico, seguindo orientações de Knight, para que ele ficasse parecido com seu filho sumido (David Hasselhoff). Após a morte de Wilton, ele passa a combater o crime a bordo do Pontiac Trans Am a prova de fogo e balas e equipado com um programa de inteligência artificial que permitia com que ele inclusive dialogasse com Michael.
“Super Vicky” (Small Wonder)
Produção: de 1985 a1989
Exibição no Brasil: a partir de 1987
Em uma década em que as tecnologias encantavam as audiências, essa série apostou em uma comédia familiar. Vicky (Tiffany Brissette) é um robô que o cientista Ted Lawson (Dick Christie) leva para morar com sua família, a mulher Joan (Marla Pennington) e o filho, Jamie (William Bogert). A androide foi construída como uma menina comum de 10 anos e consegue passar pela filha dos Lawson, mas, sem filtro algum, intriga algumas pessoas quando conta que nunca dorme ou come e nas ocasiões em que leva tudo ao pé da letra. Tiffany, hoje aos 41 anos, é formada em Psicologia e trabalha como enfermeira no Colorado.
“Trovão Azul” (Blue Thunder)
Produção: 1984
Exibição no Brasil: 1985
O seriado rivalizava com “Águia de Fogo” em histórias sobre super helicópteros e foi cancelada depois de apenas 11 episódios. Era baseado em um filme de mesmo nome, estrelado por Roy Scheider. Na versão televisiva, James Farentino (Frank Chaney) pilota o helicóptero militar adaptado para uso policial. Seu copiloto era Clinton Wonderlove (Dana Carvey, de “Quanto Mais Idiota Melhor”). Bubba Smith, o Hightower de “Loucademia de Polícia”, também fazia parte do elenco fixo.