Madonna simulou mais uma vez no palco a crucificação, em show na capital italiana, ignorando os fortes protestos e acusações de blasfêmia da Igreja Católica Romana. Num estádio lotado (70 mil pessoas), a cerca de dois quilômetros do Vaticano, a quase ex-católica diva recebeu uma falsa coroa de espinhos ao ser erguida em uma cruz de espelhos, em momento marcante de "Confessions Tour", a turnê de seu mais recente disco, "Confessions on a Dance Floor".
Antes do concerto, o Vaticano a acusou de blasfêmia e provocação pela crucificação encenada, irritando a cantora, que chegou a convidar o Papa para assistir ao espetáculo. A auto-intitulada "Rainha do Pop" apimentou seu show de duas horas e meia com mais imagens controversas, a ponto de mostrar fotografias do Papa depois das do ex-ditador italiano Benito Mussolini.
- Vocês sabiam que dois milagres ocorreram em Roma? - brincou a estrela, trajando uma justa peça de roupa preta. - A Itália venceu a Copa do Mundo e parou de chover antes de meu show - completou.
Os 70 mil fãs, espremidos no Estádio Olímpico, ignoraram a polêmica dançando, cantado e pulando durante a performance, enquanto Madonna apresentava as canções de "Confessions on a Dance Floor" e clássicos como "Like a Virgin".
No entanto, os aplausos foram moderados durante a falsa crucificação, e alguns fãs confessaram certo desapontamento.
- A crucificação foi desnecessária e provocativa. Por estarmos em Roma, gostaria que ela tivesse evitado isso. Mas é Madonna, um ícone, o que compensa a necessidade que ela tem de provocar - ponderou a romana Tonia Valerio, de 39 anos.
Não foi a primeira vez que Madonna, cujo pai é um americano católico, causou polêmica por sua imagem religiosa e sexual controversa. Líderes católicos consideraram blasfêmia o vídeo da cantora de 1989 para a música "Like a Prayer", que mostrava cruzes queimando, estátuas chorando sangue e Madonna seduzindo um Jesus negro.
Em 2004, um grupo do Vaticano chegou a alertar que a crença de Madonna na "Kabbalah", da mística do judaísmo, seria uma traição em potencial à fé católica.
Provavelmente Madonna enfrentará novos protestos quando sua turnê alcançar Moscou, em setembro. A Igreja Ortodoxa Russa já recomendou a seus seguidores que boicotem o show.
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