Polícia italiana investiga relatos de que a máfia de Nápoles planeja executar Roberto Saviano (foto de arquivo), autor do best-seller "Gomorra”| Foto: ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

A polícia italiana está investigando relatos de que a máfia de Nápoles planeja executar a ameaça de matar Roberto Saviano, autor do best seller "Gomorra", até o Natal.Saviano, 29 anos, vive há dois anos escondido, com proteção policial 24 horas por dia, desde que "Camorra", como é conhecida a máfia em sua cidade, decidiu puni-lo pelo sucesso do livro, que virou filme e é baseado em suas próprias investigações sobre a brutalidade dos mafiosos.

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O livro vendeu 1,2 milhão de cópias na Itália e foi traduzido para 42 línguas. Agora que chegou aos cinemas e é candidato ao Oscar, a máfia está ainda mais irritada e quer ver Saviano e seus seguranças mortos o mais rápido possível.

"Lançamos um inquérito para verificar a veracidade desta notícia", disse à Reuters Franco Roberto, coordenador do esquadrão antimáfia de Nápoles.

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Os jornais italianos disseram que o clã Casalesi (que virou manchete recentemente devido ao assassinato de seis africanos, o que despertou a revolta de imigrantes), o mais notório da máfia local, teria decidido levar a cabo a ameaça de morte, procurando matar o escritor até o Natal.

A fonte da informação foi uma pessoa próxima a Francesco Schiavone, codinome "Sandokan", chefe da Camorra.

De cabeça raspada, barba, piercing na sobrancelha e camiseta preta, Saviano se tornou um símbolo da luta contra o crime organizado para a nova geração de italianos.

Na segunda-feira, Saviano disse a uma rádio local que muitos de seus dias são "terríveis".

O escritor afirmou que o que deixou a máfia preocupada foram os seus milhões de leitores.

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"Os leitores que ameaçaram os chefes do crime, não eu", disse Saviano.

Alguns políticos exigiram que o poder público seja solidário com a situação do escritor.

"Ninguém deve tocar Saviano!", disse a ex-ministra Giovanna Melandri, denunciando a Camorra como "um dos maiores cânceres que tomam conta do nosso país".