Memória
Personalidades que a câmera fotográfica não captava
Se as paisagens de Alfredo Andersen são a parte de sua obra mais conhecida pelo público, seus retratos revelam um tratamento artístico que as câmeras fotográficas do início do século 20 deixavam passar, como conta o diretor do museu que leva o nome do pintor, Ronald Simon.
Para marcar os 151 anos de nascimento do artista, o museu reúne na exposição Andersen Retratista pinturas encomendadas por figuras importantes da região para preservar suas feições.
Em seu conjunto, elas nunca foram exibidas ao público.
São 9 retratos que pertencem ao Museu Paranaense e outros 15 de colecionadores, que retratam personalidades da nossa história, como o historiador e pesquisador Romário Martins, o médico e escritor Moisés Marcondes, o historiador David Carneiro e o político Generoso Marques.
Cotidiano
Além dos retratos e de telas com paisagens, Andersen deixou trabalhos mostrando cenas do cotidiano como mulheres lavando roupa que podem ser vistos no museu dedicado a ele. (HC)
As luzes brasileiras que cativaram Alfredo Andersen (1860-1935) e marcaram a obra do "pai da pintura paranaense", radicado em Paranaguá e depois Curitiba, vêm influenciando artistas ao longo das gerações. Neste ano, um grupo deles se reuniu para falar sobre esse legado e levá-lo a novos limites, culminando em uma exposição que abre hoje, dia em que se comemora os 151 anos do nascimento do artista (Veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).
Francis Rodrigues, Leila Valebona, Marise Hauser e Miriam Fischer foram convidados a estudar a obra do norueguês durante sete meses e produzir obras que fizessem uma releitura de seu trabalho, com coordenação de Lilian Gassen. O resultado está na mostra Imersão na Cor, que será inaugurada hoje no museu que leva o nome de Andersen (Rua Mateus Leme, 336).
Em cerca de 30 telas, o grupo parte de suas poéticas pessoais para então submergir no uso de cores do artista em paisagens (sobre os retratos do pintor, leia ao lado) e voltar à tona com um amadurecimento em seus estilos de criar.
"Na faculdade tive uma crise e fui ao museu Alfredo Andersen. Ele abriu minha mente para a pintura", conta Francis Rodrigues, que destaca as qualidades do norueguês para criar ilusões com o uso das tintas.
Mesmo tendo uma bagagem anterior, os quatro artistas relatam ter absorvido no processo fortes influências do uso de cores de Andersen. "É impressionante como ela é harmônica em todos os trabalhos dele. No meu caso, eu já tinha muitos cinzas cromáticos, que agora se transformaram em cores acinzentadas", explica Marise Hauer.
O aprimoramento era inevitável, como conta Leila Valebona, que já não se considera mais a mesma artista depois do processo de imersão. "Me debrucei sobre a cor mais do que nunca. Você começa a dominar mais esse tratamento para extrair o máximo de potencial das relações cromáticas. Foi como participar de um curso", relembra.
"Tivemos permissão de acesso ao acervo técnico do museu, discutimos os trabalhos de Andersen um por um e fizemos estudos cromáticos a fim de entender melhor a maneira como ele trabalhava a cor", conta Miriam Fischer. Para os artistas, além do bom resultado que culmina agora na exposição, foi ótima a convivência uns com os outros. As conversas eram feitas semanalmente, cada vez no ateliê de um deles.
Serviço
Semana Andersen. Museu Alfredo Andersen (R. Mateus Leme, 336), (41) 3323-5139. Abertura hoje. 3ª a 6ª, das 9h às 18h. Sáb., dom. e fer. Das 10h às 16h. Exposições Imersão na Cor (até 5 de fevereiro) e Andersen Retratista (até 15 de janeiro).
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