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Benjamin (Damon) divide-se entre problemas familiares e a administração de um zoológico comprado após a morte da esposa | Divulgação
Benjamin (Damon) divide-se entre problemas familiares e a administração de um zoológico comprado após a morte da esposa| Foto: Divulgação

O enredo do novo longa-metragem do diretor Cameron Crowe, Compramos um Zoológico, pareceria absurdo se não fosse uma história real. Livremente inspirado na experiência do britânico Benjamin Mee, o filme conta a história de um homem que, após a morte de sua esposa, vitimada por um tumor no cérebro, resolve se mudar com os dois filhos para o interior da Califórnia, numa propriedade que costumava ser um zoológico, mas que ainda abriga lá os animais.

Motivado a revitalizar o lugar para superar o luto mesmo sem ter noção alguma de administração, Mee – interpretado por Matt Damon – se vê às voltas com todos os desafios possíveis e imagináveis que implicam a reforma de um zoológico e os cuidados com animais. Como se isso não bastasse, ainda enfrenta problemas familiares com seu filho mais velho, o adolescente Dylan, en­­­quanto descobre acidentalmente um novo amor na figura da tratadora de animais Kelly, vivida por Scarlett Johansson.

Talvez Crowe, experiente diretor de Jerry Maguire – A Grande Virada, Quase Famosos e Vanilla Sky, tenha se deixado levar pela aura de superação e emotividade da história de Benjamin Mee. Carregado de sentimentalismos que beiram a pieguice, o resultado é um drama que ganharia mais pela sutileza, mas que resolveu apostar na exacerbação das emoções. Diálogos artificiais, que tiram a força de outros bem plausíveis e maduros, e um humor leve e barato – que chega a causar estranheza vindo da boca da filha de Mee, a incrivelmente madura Maggie, de sete anos – apenas reforçam a falta de surpresas que Compramos um Zoológico carrega ao longo de seus 124 minutos.

Ainda assim, o longa de Crowe traz pontos altos na atuação do casal adolescente: a carismática Elle Fanning (Um Lugar Qualquer) e o impressionante Colin Ford (da série de tevê Supernatural), que já acumula uma boa experiência cinematográfica aos 15 anos. A liberdade de Crowe em transferir o sítio do zoológico para os Estados Unidos (o original fica na Inglaterra), conferiu também cores e paisagens mais condizentes com o drama redentor. Uma pena que a montagem desvalorize o material.

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