Um balanço de suas realizações pessoais e profissionais não faria nada mal à Rainha dos Baixinhos. A apresentadora/cantora/ atriz, dona de algumas das maiores bilheterias da fase recente do cinema brasileiro, lança hoje mais uma de suas "pérolas cinematográficas": Xuxa Gêmeas. Com direção do "maluquete" Jorge Fernando – experiente na direção de novelas (Chocolate com Pimenta e Alma Gêmea) e responsável pelo mediano Sexo, Amor e Traição –, o longa-metragem lança a Xuxa o "desafio" de interpretar uma vilã.

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Sem êxito, é claro. A personagem Elizabeth Dourado, uma perua preocupada com dinheiro e nem aí para a situação do grande jornal administrado pelo pai, é uma figura supercaricata. Caras e bocas, uma maldade ou outra ali e muito exagero não são suficientes. Pior ainda é o lado "bom" de Xuxa.

Mel Montiel sumiu ainda pequena, mas o pai, Julio Cesar (Ary Fontoura), nunca desistiu de encontrá-la. Criada por um grupo circense, a menina cresceu e desenvolve o projeto de uma escola de artes em uma favela do Rio de Janeiro. Como em outros títulos lançados anteriormente pela apresentadora, Mel repete uma série de clichês insistentemente utilizados por Xuxa, lições de moral superficiais e que pouco acrescentam à molecada.

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Além do roteiro frouxo, completa o "circo de horrores" a baiana Ivete Sangalo. A cantora tenta segurar as pontas, mas não dá certo. Sua personagem, Alice, amicíssima de Mel, é apenas um adorno de luxo em cena. Tão deslocado quanto Ivete está Murilo Rosa, que interpreta o mágico Ivan. O personagem é o "queridinho" que vai roubar o coração das manas.

Por essas e por outras mais, Xuxa Gêmeas decepciona. E não por ter a "Rainha Meneghel" como protagonista, mas sim pela sua falta de criatividade e bom senso. Há tanto tempo se aventurando no cinema, na boa, já dava para ter aprendido alguma coisa. G