Park City (EUA) - Carmo, do diretor brasileiro Murilo Pasta, foi exibido ontem na competitiva mundial, numa lotada sessão, apesar de nesta edição o Sundance não estar com a mesma efervescência que normalmente acontece durante o festival.
Comentários por aqui apontam causas como a crise mundial e a coincidência do festival com a posse de Barack Obama que está monopolizando todas as atenções embora ainda seja cedo para uma avaliação mais concreta.
O filme, uma co-produção espanhola, brasileira e polonesa, segue Maria do Carmo (Mariana Loureiro), que aos 22 anos foge de casa. No caminho, conhece Marco, um contrabandista paraplégico (Fele Martinez), e parte junto com ele em busca de uma mercadoria roubada. O filme também tem no elenco Márcio Garcia e Seu Jorge.
Após a sessão, o diretor falou sobre o filme, sua carreira e planos futuros. Confira a seguir os principais trechos da conversa.
Caderno G Qual sua expectativa para Carmo em Sundance?
Murilo Pasta A melhor possível. Acho que aqui é a plataforma ideal para o início da carreira internacional do filme. Já recebi convites para outros festivais e alguns entendimentos preliminares para contratos de aquisição.
Qual a origem da ideia de Carmo?
O roteiro do drama, na verdade um road movie, é inspirado numa história real, reproduzido de uma notícia de jornal e tem muito a ver com minha formação brasileira, minha ligação com a cultura norte-americana e minha admiração pela publicidade britânica, para a qual trabalhei muitos anos.
O que determinou a escolha do elenco?
Foi muito difícil escalar a Mariana (a atriz e o diretor se conheceram por causa de Carmo, se casaram e têm uma filha), mas eu fechei questão: ela é uma excelente atriz e deu conta brilhantemente do personagem. O Seu Jorge aceitou porque era um papel meio inusitado, já que, como me disse, estava cansado de interpretar traficante e favelado. O Márcio (Garcia) aceitou a descaracterização que eu precisava para o personagem. O Martinez, outro excelente ator, foi escolhido em articulação com os produtores.
Embora nascido em São Paulo, sua carreira foi toda desenvolvida fora do Brasil. Qual a influência disso na sua trajetória?
Depois de me formar pela ECA/ USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) eu saí do Brasil, fiz mestrado de roteiro em Londres, realizei várias séries para a tevê inglesa, dirigi curtas-metragens e finalmente cheguei ao longa. Acho que tudo isso reflete no trabalho que faço.
Quais os planos futuros?
Depois do lançamento de Carmo no circuito, vou começar a rodar meu segundo longa-metragem. Será uma comédia romântica um pouco excêntrica, ambientada em Barcelona.
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