Manu Chao em versão praiana

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Manu Chao ouve punks e boleros no mesmo volume. Ao longo de sua carreira, o franco-espanhol construiu uma música camaleônica, que vai do flamenco ao hip-hop em alguns segundos. Mas, na praia, Chao vai dar uma pisada no freio.

O show que acontece na noite desta sexta-feira no palco da Prime Arena Curaçao, em Guaratuba (confira o serviço completo do show), revela um lado não tão conhecido do artista que construiu quase um dialeto ao cantar em castelhano, francês, inglês e até português. Às vezes na mesma música.

Acompanhado apenas de Madji (guitarra e violão) e Gambacito (bateria), o David Bowie dos marginais irá passear por seu vasto repertório, que começa com a banda Mano Negra – grupo de som eclético fundado em 1987 por Chao, seu irmão Antoine e pelo primo Santiago Casariego; passa por sucessos como "Desaparecido", presente em Clandestino (1998), seu melhor álbum; e músicas recentes que estão em discos como La Radiolina (2007), o último de estúdio que segue o padrão Manu: é música caribenha, é hip-hop, é flamenco, é bolero e é punk. Versões apresentadas no último CD e DVD ao vivo, Baionarena, como "Panik Panik", "Casa Babylon", "La Vacaloca", "Tristeza Maleza" e "La Primavera" também estão escaladas para o show.

Os parceiros Madji e Gambacito tocam com Manu na banda Radio Bemba, que acompanha o músico desde a década de 1990. O artista – que ontem estava em Pontal do Sul, sem celular para atender a reportagem – começou a fazer os primeiros shows neste formato em pequenos bares na Europa. E deu certo. O resultado agradou tanto que ele viajou pelo mundo, fez shows nos EUA, Inglaterra e Japão.

Carreira

Jose-Manuel Thomas Arthur Chao é filho do escritor galego Ramón Chao. Mas foi a música que lhe abduziu. Sua primeira tentativa foi com Hot Pants, um grupo de rockabilly que não atingiu maiores proporções. Chao cresceu ao lado da cena punk que se desenvolvia em Londres na década de 1970. E não resistiu. O resultado de suas travessias pelo Canal da Mancha foi a banda Mano Negra, cujo sucesso do single "Mala Vida" lhe rendeu um contrato com a gravadora Virgin Records. E toda a carreira que segue até hoje.