Tecnologia de última geração empregada na captação das imagens, todas em altíssima resolução| Foto: Edwin Giesbers/Divulgação

Na última quinta-feira, o Discovery Channel exibiu o primeiro dos dez episódios da sua mais nova série no estilo "na natureza selvagem" – Vida, coprodução do canal com a BBC, que ao longo de quatro anos captou mais de 3 mil dias de filmagens em diversos habitats de todos os continentes da Terra. Os demais capítulos vão ao ar a cada quinta-feira, às 22 horas, até o dia 20 de maio, quando passa o derradeiro, "Primatas".

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Poderia ser mais um programa típico de "econerd", desses que semana sim, semana não, vão ao ar no Globo Repórter, nas séries ecológicas do Fantástico e no Animal Planet: imagens belíssimas, cores vibrantes, bichinhos fofos, natureza e educativas mensagens ecológicas.

E Vida não deixa de ter tudo isso – até porque é dos mesmos criadores de Planeta Terra e Planeta Azul, que volta e meia entram na programação do Fantástico. Mas a nova série consegue a proeza de falar sobre animais selvagens e plantas de um jeito menos... chato. A começar pela abordagem: Vida fala de sobrevivência, e mostra em detalhes as mais curiosas, inusitadas e fascinantes estratégias desenvolvidas pelos seres vivos para garantirem a sua permanência no planeta.

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Alguns exemplos que apareceram no primeiro episódio, "Desafios da Vida": golfinhos da Flórida que, nadando em águas rasas, fazem círculos nos sedimentos para encurralar peixes; o sofisticado aparato de camuflagem e as armas do camaleão para capturar suas presas, como os enormes olhos independentes entre si e a impressionante língua elástica e pegajosa, que é lançada sobre os insetos com aceleração cinco vezes maior do que a de um caça F-16; na floresta tropical, uma valente rãzinha, do tamanho de uma unha, que carrega nas costas – um de cada vez, claro – os seus girinos, enquanto escala as árvores em busca da água das bromélias, sem a qual os filhotes não sobreviveriam; ou um exemplo ainda mais radical de devoção materna: a fêmea do polvo gigante do Pacífico, que fica sem comer durante seis meses para cuidar dos seus ovos, e morre assim que os filhotes nascem; de volta à África, enormes hipopótamos disputam o poder – e dezenas de fêmeas – nas lagoas formadas no leito seco dos rios; no Brasil, os espertos macacos-prego, que, depois de deixar os cocos secando ao sol, usam pesadas pedras como martelos para quebrar a casca, e assim por diante.

Outro diferencial do programa é a linguagem, que mistura suspense – como na desesperada fuga de uma foca de um grupo de baleias assassinas na Antártica –, drama, caso da triste história da mãe suicida do polvo gigante do Pacífico, e humor, a exemplo das desastradas primeiras tentativas dos filhotes dos macacos-pregos de quebrar cocos usando pedras.

Mas o que mais impressiona na nova série do Discovery Channel é a tecnologia de última geração empregada na captação das imagens, todas em altíssima resolução. Câmeras de alta velocidade, super slow motion, imagens áreas e subaquáticas e até um sistema de captação desenvolvido especialmente para o programa – a "yogi cam", que acompanha a migração de veados e elefantes – produzem imagens inacreditáveis, de cair o queixo. No caso da rãzinha, por exemplo, além das tomadas em close, a câmera mostra em detalhes nítidos cada girino se alimentando dentro das bromélias (!). Em outra parte, um super close e câmeras de alta velocidade mostram a bizarra transformação de um tipo de mosca, que infla a cabeça de ar e separa os olhos um do outro em duas grandes antenas.

Portanto, se além de assinar o Discovery Channel você tiver uma tevê de alta definição, vai ficar de cara. E se não tiver, também vai... falando sério, vale a pena dar uma espiada em Vida.

Serviço

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A série Vida é exibida no Discovery Channel às quintas-feiras, às 22 horas, até o dia 20 de maio.